Por muito anos ecoou por nossa cidade o jargão “Mossoró é um pais “ou o pais de Mossoró”. Esse epíteto se destacou no imaginário popular e dominou todas de conversa por ter se originado numa época em que Mossoró se destacava na economia, na cultura, e também no registro de fatos pitorescos.

De fato, tivemos muitos avanços no início dos anos 2000. O famoso apelido também veio por conta dos nosso hábitos e costumes de uma cidade interiorana de povo pacato e acolhedor.
Uma cidade que saiu do cachorro-quente comido de garfo e faca para as grandes hamburguerias. Das madrugadas da Cobal para o Sebosão. Do transporte público da empresa do saudoso Belmonte para a Cidade do Sol.  Uma cidade que sofria constrangimento da única empresa que vendia gás de cozinha em Mossoró.

Essas transformações, as mudanças nos hábitos e costumes levaram a crer que estávamos em um novo “país de Mossoró”.

Por aqui já tivemos prefeito que imprimiu a logomarca da sua administração em revestimento de cerâmica.

Já tivemos gestor atrasando salário de gari e lixo sendo coletado em carroças.

Por aqui tivemos aluno levando de casa o complemento da merenda escolar. São muitas histórias.

Nos dias de hoje, vivemos o mundo digital. Tudo vale um clik, uma curtida, um like ou qualquer coisa desse tipo.

O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) vem enfrentando, desde a última semana do mês de abril uma grande tempestade, apesar das precipitações pluviométricas terem dado uma trégua.

As chuvas agora são de cobranças públicas, principalmente no que se refere à infraestrutura. O tema central das cobranças são os buracos que se multiplicam como interações de robôs em redes sociais.

São tantos os furos espalhados pela cidade que Allyson tem ficado tonto. Sabe que trata-se de um tema que tem causado fendas na sua imagem de gestor.

Os rasgões na malha viária municipal são em número tão elevados que levaram Allyson a cair no forame estratégico da oposição.

Nem o mais pessimista dos mossoroenses imaginaria que o município, após comemorar tantos avanços, veria seu prefeito estatelado num buraco.  Atônito. Atordoado.  Aturdido. Desnorteado.

Mossoró recebe, há mais de 20 anos, milionárias quantias de royalties do petróleo,  pagos pela Petrobras para cuidar da nossa infraestrutura. Mesmo assim, a cidade está uma tábua de pirulito.

Do ponto de vista político, pela primeira vez se vê que oposição emplacou uma narrativa que mexeu com os brios do gestor municipal.

O assunto foi mais forte que o ego do prefeito. O buraco é mais fundo do que se pensa. As fissuras no chão não são assunto raso. São cavações profundas a causar estragos. E já tem causado.

A insatisfação de parte considerável da população mossoroense com os rumos da atual gestão municipal transformou as frinchas motivo suficiente a mobilizar a oposição para uma questão que fez o prefeito coçar a cabeça.

Se estivéssemos em uma luta de boxe, não seria exagero afirmar com todas as letras que o prefeito foi colocado nas cordas. Os chutes dados pela oposição foram certeiros. Fizeram o prefeito cair  em um “buraco que ele mesmo  criou”.

 

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