URGENTE: Criança indígena da etnia Warao morre em Mossoró

por Ugmar Nogueira
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As más condições em que vivem em Mossoró 15 famílias indígenas venezuelanas da etnia Warao podem ter contribuído para a morte de uma criança indígena nesse domingo, 23/7.

“O município não atende a necessidade de um abrigo, um local de moradia digna para essas pessoas que vivem em situação de refúgio, bem como de uma segurança alimentar”, ressalta a professora e antropóloga Eliane Anselmo, que integra o Comitê Estadual Intersetorial de Atenção aos Refugiados, Apátridas e Migrantes do RN, como representante da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).

Eliane Anselmo, que é antropóloga e acompanha os Warao desde que chegaram a cidade de Mossoró, relata que essas famílias, cerca de 70 pessoas, vivem em condições sub-humanas, abrigadas em um imóvel cedido. “A oferta de água é escassa. Energia elétrica só tem à noite e essas pessoas vivem apenas do Bolsa Família. Nessas condições precárias, eles adoecem muito”, relata.

Foi nesse contexto que uma criança de 11 meses, com elevado quadro de desnutrição, pensando apenas 4 quilos, adoeceu, contraiu uma forte diarreia, e veio a falecer ao meio dia deste domingo. “O pessoal da Unidade Básica de Saúde deu a assistência necessária, mas o problema maior é a falta de abrigo para que essas famílias tenham uma qualidade mínima de vida. É preciso uma atenção maior por parte do município”, diz, acrescentando que uma ação foi impetrada na Justiça pela Defensoria Pública e pelo Ministério Público para que o município de Mossoró seja obrigado a disponibilizar um abrigo para essas famílias.

Para o Ceram, as más condições de vida e a insegurança alimentar são determinantes para que os waraos adoeçam e, consequentemente, alguns venham a morrer, como aconteceu com a criança de 11 meses.

Contactamos Erisson Natércio,  secretário do Desenvolvimento Social,  que nos respondeu  por mensagens, orientando a que procurássemos a Secretaria de Comunicação (Secom) da Prefeitura.

O Boca da Noite tentou entrar em contato com a Secom, mas a responsável pela pasta não atendeu nossas ligações.

 

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1 comentário

Ana 24/07/2023 - 13:44

Desumano,tanto dinheiro gasto em festividades na cidade nos meses de junho e julho e acontecer isso com um inocente.

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