Ugmar Nogueira
A pesquisa DataSensus, divulgada na última quarta-feira, pela FM 93 era esperada com expectativa pelo Palácio da Resistência. Além da curiosidade sobre os números, os inquilinos da prefeitura gostariam de saber o desempenho do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) em um levantamento que não tenha sido financiado por alguém próximo ao poder. Além disso, outro fato gerava ansiedade.
A pesquisa foi realizada entre os dias 16 e 18 de dezembro. No último dia do levantamento, a primeira-dama Cínthia Pinheiro oficializava sua pré-candidatura a deputado estadual. Antes disso, porém, no dia 9 de dezembro, um evento político alçou Cínthia à condição de presidente do União Brasil Mulher. Um convescote que reuniu mulheres apenas para catapultar a candidatura da primeira-dama.
Apesar de todos os esforços, o resultado ainda não veio. Mesmo com toda a estrutura da prefeitura e apesar de dois grandes eventos políticos com o intuito de alavancar o nome de Cínthia Pinheiro, a primeira-dama não foi citada uma vez sequer. Mesmo com a pesquisa sendo realizada em 40 cidades (inclusive Mossoró) e com 2.200 entrevistados. Não se deve deixar de levar em consideração que foram realizados dois eventos em datas próximas à pesquisa apenas para colocar Cínthia em evidência e, mesmo assim, a estratégia não surtiu o resultado desejado.
Pela estrutura que tem, pela associação ao nome do marido (onipresente nas redes sociais) e mesmo usando a estrutura da prefeitura (realizou reunião com a Guarda Civil apesar de não exercer cargo público municipal), fica evidente Cínthia foi solenemente ignorada pelo eleitor. Pelo menos nesse primeiro momento.
É pouco provável que Allyson não consiga, com os cargos que tem, com os contratos que a prefeitura de Mossoró firmou com empresas de várias cidades do Rio Grande do Norte (inclusive de aluguéis de imóveis apenas para servir de quartel eleitoral), eleger a esposa deputada. Mas tem causado preocupação que na primeira pesquisa após Cínthia oficializar seu nome, ela não tenha sido lembrada. Principalmente porque há meses que se sabe que a primeira-dama será candidata.
