A gestão Allyson e a dificuldade de admitir um erro

por Ugmar Nogueira
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* Márcio Alexandre

 

Toda gestão pode errar, disse ontem um dos jagunços de paletó encarregados de defender, de todo e qualquer jeito, na Câmara Municipal, o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade). O problema, no entanto, é que o gestor não ajuda àqueles que agem como seus serviçais.
O caso do aditivo de R$ 443 mil da obra de reforma do Memorial da Resistência é um exemplo típico de que a gestão Allyson erra, não tem coragem de assumir o erro e, canalhice das canalhices, ainda acusa os outros daquilo que ela está fazendo.
Ontem, na “visita surpresa” dos secretários Kadson Eduardo (Administração) e Rodrigo Lima (Infraestrutura) ficou evidente a dificuldade dos vassalos palacianos de escolher uma narrativa para tentar emplacar uma defesa do governismo.

Um Lawrence (presidente do Legislativo) atônito, e um Genilson (líder do governo) raivoso eram, para ficar nesses exemplos, o retrato da impossibilidade de defender o indefensável sem perder a dignidade. Postos na difícil missão de escolher entre defender Allyson ou salvar a própria pele.
Para Lawrence, desagradar a gestão é correr o risco de perder o apoio dela à sua pré-candidatura. O fato de a empresa envolvida no nebuloso caso ser de gente próxima a ele é mero detalhe.
Genilson, que integrou a oposição na legislatura passada, “arrumou umas patologias” na edificação do teatro para desviar o foco do assunto que interessa: por que aumentar em R$ 443 mil o valor de uma obra já concluída?
Com muita boa vontade, uma imprensa digna desse nome avalia que a gestão Allyson cometeu, no mínimo um desvio técnico. O estardalhaço que o próprio prefeito faz para encobrir uma possível inépcia nesse caso leva a pensar que o assunto pode descambar para um provável desvio ético.
Como esse Boca da Noite tem alertado desde que o assunto veio à tona, a gestão tem construído tantas narrativas diferentes para um mesmo problema que tem sido difícil sustentar qualquer uma delas. Criá-las aponta no mínimo para a dificuldade de admitir um erro. A dimensão desse desacerto ainda não se sabe. Se a gestão Allyson tiver um mínimo de responsabilidade consigo própria, de respeito com os mossoroenses e de apreço às instituições, seu secretário Rodrigo Lima estará logo mais às 10h, na Comissão de Planejamento, Ocupação e Uso do Solo, para falar sobre o assunto. Que vá para explicar. Ontem, ele foi para confundir.
Se Rodrigo fugir, mais um erro será colocado na conta da gestão. Dos grandes e dificeis de esconder. E impossíveis de não se admitir. Mossoró precisa saber o que está por trás de um aditivo tão mal explicado. E caro.

* Professor e jornalista

 

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