As razões para a “dança das cadeiras” na gestão Allyson

por Ugmar Nogueira
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Há muitas razões para pensar sobre os motivos para as mudanças no secretariado do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade). Publicamente, o gestor ainda não apresentou justificativas oficiais. O silêncio do prefeito abre campo para diversas especulações. Ao mesmo tempo, as evidências apontam para possibilidades que, paulatinamente, vão se confirmando.
Fontes palacianas revelam anonimamente que Allyson quer dar uma renovada no perfil e na faixa etária dos auxiliares. Vem fazendo isso. Erison Natércio (Desenvolvimento Social), Thiago Marques (Gabinete Civil), Igor Ferradaes (Cultura) e Larissa Maciel (Esportes) são pessoas na faixa dos 30 anos. A juventude, no entanto, não é fator determinante para que o prefeito decidisse pelas substituições.
Questão financeira também tem pesado nas trocas. O salário de secretário não tem sido muito atrativo. Isso talvez explique a saída daqueles que pediram para deixar a gestão.
A insatisfação do prefeito com o desempenho dos auxiliares é outro motivo apontado por parte da imprensa. Nem tanto, já que muitos dos secretários estão sendo deslocados de uma pasta para outra. Além disso, Faviano Moreira (Agricultura), visto como um dos mais competentes auxiliares, está deixando o governo Allyson.
Um fato inegável, no entanto, é que Allyson vai, aos poucos, acabando com o “verniz progressista” de sua gestão. Evangélico e, portanto, conservador, o prefeito temia que sua gestão fosse vista apenas por esse prisma. Cuidou, então, de convidar pessoas com perfil progressista e ligado à esquerda.
Assim, chegaram ao governo Hubeônia Alencar (Educação) que inclusive teve o nome cogitado pela esquerda para ser candidata à reitora da Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN), Humberto Fernandes (Consultor Geral), Etevaldo Almeida (Cultura), Paulo Linhares (Previ Mossoró). Desses, com o mesmo perfil, permanece apenas Paulo Linhares. Hubeônia há tempos deixou de ser vista como referência no campo progressista. Para muitos, ela atua mais como ajudante de ordens de Allyson do que como secretária.
As mudanças, tem, assim, feição política muito forte. Ademais, desde que assumiu a prefeitura que Allyson alimenta o sonho de ser candidato a governador. Os arranjos atuais visam, portanto, criar as condições para a eleição de 2024, a prefeito, em que o gestor aparece – hoje – em situação confortável, mas e, principalmente, para viabilizar sua candidatura ao Palácio Potengi em 2026.
Dessa forma, vê-se que as razões pequenas para as substituições são apenas escadas para justificar as maiores que são, inegavelmente, questões políticas. Essas trabalhadas a favor dos propósitos eleitorais de Allyson.

Foto: Blog do Carlos Santos

 

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