O balanço da gestão Allyson que não sai nos jornais

por Ugmar Nogueira
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O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) apresentou ontem o balanço dos 12 primeiros meses de sua gestão. Como é uma peça criada por ele e para sua promoção pessoal, há exagero nas ações, minimização dos erros, superestimação dos acertos, maquinação de números, ocultação de problemas e, claro, muito marketing.

Como a intenção aqui é de fazer um justo paralelo entre o que foi a gestão e entre o que está sendo “vendido”, vamos mostrar de fato quais foram os grandes méritos até agora.

O primeiro deles é o pagamento da folha em dia. Não se sabe porque razão a gestão da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) atrasou tanto o desembolso salarial. Nesse item, apesar do acerto, a gestão exagerou ao dizer, no dia 17 passado que estava antecipando o pagamento do 13º salário. Mais para confundir do que para explicar, não foi dito que estava sendo pago, de forma antecipada, registre-se, apenas aos aniversariantes do mês de dezembro. Todos os demais haviam recebido no mês de seu natalício, como ocorre há mais de uma década em Mossoró.

A ampliação do sistema de transporte coletivo, a continuar assim, e se consolidar, terá sido um dos grandes acertos da gestão. Não dá para se falar em mobilidade urbana, em modernização da cidade, sem que o transporte público conte ao menos com um mínimo de rotas em funcionamento.

No enfrentamento à covid, a gestão pode ser parabenizada, sobretudo em relação à vacinação da população. Apesar de ser bolsonarista, o prefeito Allyson não caiu na esparrela de ser contra o imunizante. Aliás, registre-se que um dos pontos altos de sua atuação foi uma live em que conclamou a população a se vacinar.

Já a tal modernização administrativa ainda é coisa para inglês ver. Na educação, os professores tem reclamado da forma como se exigiu que eles tivessem que lidar com o SigEduc: à força, na marra, a fórceps. Uma formação remota pelo Youtube e já se exigiu milhares de coisas para ontem.

Ainda na educação, os processos não caminham na mesma maravilha que a narrativa governista quer fazer crer. Por lá, licitações foram feitas de forma errada, há dificuldade de harmonia entre setores, e a centralização é demasiada. São questões que podem explicar, por exemplo, porque a prefeitura decidiu tirar uma semana do recesso escolar do meio do ano. As escolas, embora tenham passado mais de ano sem receber os alunos, não estão prontas para o próximo ano letivo. Há informações inclusive de que, a continuar como está, não será possível o início das aulas sequer em março.

A tal descentralização é uma balela. “Qualquer comunicado, de qualquer órgão, por mais simples que seja, precisa passar antes pelo gabinete do prefeito”, revela uma fonte ao Blog Na Boca da Noite.

Curiosamente, a ação a que Allyson Bezerra dá mais visibilidade é a reforma de praças. Mossoró lembra que esse sempre foi um dos principais carros-chefes das gestões da ex-prefeita Rosalba Ciarlini, a quem ele sucede no cargo.

Por dever e justiça, reconheça-se que as ações realizadas na zona rural também tem sido importantes, sobretudo aquelas que buscam minimizar a falta de recursos hídricos.

Em relação à transparência, o cenário é desanimador. A gestão não deu resposta minimamente convincente a questões como o desaparecimento das vacinas contra a covid, e o contrato milionário com a Sama está na mira do Ministério Público.

A gestão também demonstra uma inapetência colossal ao não aplicar os recursos da emenda destinada pela deputada estadual Isolda Dantas (PT) para aquisição de um castramóvel. Se não for incompetência, é algo mais grave que Mossoró precisa saber.

Gravosa também é a situação denunciada pelo deputado federal Beto Rosado (PP) de que Mossoró está perdendo dinheiro porque os recursos destinados por ele por meio de emendas para a cidade não estão sendo utilizados pela gestão municipal. Até agora, Allyson Bezerra silenciou sobre R$ 43 milhões que não estão sendo aproveitados. É muito dinheiro para se comportar com silêncio cínico e conveniente.

Para os servidores, a gestão demora até para responder a um simples ofício do sindicato que representa os trabalhadores. Para piorar, os casos de perseguição e assédio se acumulam. Em um deles, fizeram de tudo para transferir um servidor de local de trabalho pelo simples fato de ele não gostar de vestir azul. Como o funcionário é consciente de seus direitos e deveres, essa tentativa foi frustrada. O caso quase foi judicializado. A gestão, no entanto, não desistiu de continuar “infernizando” a vida do trabalhador”. Instituiu uma formação em que o obrigava a participar fora de sua jornada de trabalho.

A perseguição não se circunscreve apenas aos servidores. Até mesmo aliados tem sofrido. Boa política parece não ser o forte do prefeito Allyson Bezerra. Não sem razão, ele já descartou dois aliados de primeira hora: o vereador Tony Fernandes (Solidariedade) e o vice-prefeito Fernandinho das Padarias (PSD).

Sua forma “peculiar” de fazer política e de gerir tem feito com que a bancada dos descontentes aumente. A oposição, hoje, já tem 7 integrantes. Além disso, conforme publicou o Blog do Barreto, Allyson está em crise com outros três vereadores governistas: Paulo Igo (Solidariedade), Omar Nogueira (Patriota) e Gideon Ismaías (Cidadania).

Ainda na seara política, colocou no comando da principal comissão da Câmara Municipal de Mossoró o vereador Raério Araújo (PSD), que tem se mostrado o menos preparado para a missão. Nesse segundo mandato, Raério tem se notabilizado por uma postura violenta, homofóbica, machista, desrespeitadora e misógina. Sintomas de déspotas. Que não seja a fiel representação da gestão que hoje comanda os destinos de Mossoró. Para o bem de todos.

 

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