A prefeitura de Mossoró realizou nesta terça-feira, 12 de abril, com muita festa e destaque midiático, a programação do Mossoró Cidade Junina 2022. O episódio foi mais uma demonstração de que a política de valorização da cultura local é um belíssimo conto de faz de conta.
Na programação anunciada, foram apresentados 23 nomes de cantores e bandas de projeção nacional. Artistas de grandes multidões e cachês milionários. Por outro lado, a mesma programação prevê que 11 atrações locais subirão aos palcos do evento. Um detalhe, no entanto, chamou a atenção: não há um nome sequer de um cantor da cidade ou de um grupo mossoroense
Em cada um dos 11 dias de festa haverá duas ou três atrações nacionais, já definidas, contratadas e constando no material de divulgação da festa. Os artistas locais, no entanto, sequer foram contratados. Um desrespeito. Uma distância enorme entre o que se diz e o que se faz.
Aliás, dos artistas mossoroenses ou da região, não há um deles sequer que tenha qualquer garantia de que vá se apresentar na principal festa cultural da cidade. Cultura local e regional relegado a um plano inferior.
O Blog Na Boca da Noite questionou a prefeitura de Mossoró sobre a instituição de tratamento tão diferenciado entre as atrações do Mossoró Cidade Junina.
Fizemos os seguintes questionamentos: por que no lançamento não se divulgou o nome de nenhuma atração local? Não se fechou contrato com esses artistas ainda? Se não se fechou porque isso aconteceu? Como explicar que contratos de atrações mais caras já tenham sido feitas e desses profissionais da cidade não? Como fazer a população acreditar em valorização da cultura local com essa situação?
A prefeitura se limitou a responder que o edital para contratação dos artistas locais ainda está aberto. Em face dessa resposta, perguntamos: por que não se estabeleceu um calendário que permitisse que os contemplados no edital fossem conhecidos junto com as atrações nacionais? A resposta para esse e os demais questionamentos não foi apresentada pela prefeitura.
Como se percebe, por esse fato, muda-se o prefeito, muda-se o secretário, mas a desvalorização da cultura local permanece. Gol contra do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) e do secretário Etevaldo Almeida (foto).
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