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Rompimento entre primos levanta suspeitas no mundo político

por Ugmar Nogueira
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O mundo político potiguar foi surpreendido essa semana com a oficialização do rompimento entre os primos Henrique Alves (ex-deputado) e Garibaldi Alves (ex-senador). A despeito das palavras duras utilizadas por Garibaldi para oficializar a dissensão, há quem lance dúvidas sobre a dimensão da ruptura.

Motivos e exemplos para que as pessoas desconfiem do fim da parceria política entre os primos não faltam. O principal deles diz respeito à intenção de ambos de retornar à vida pública por meio da conquista de mandatos eletivos.

Garibaldi e Henrique viviam sob pequenas rusgas políticas há um certo tempo. A relação teria ficado mais difícil a partir das eleições de 2018. O ex-senador acusa o ex-deputado de ter apoiado Benes Leocádio (Republicanos) à Câmara Federal ao invés de ter pedido votos para Walter Alves (MDB), filho de Gari.  Esse fato teria tornado a desavença mais forte.

Ocorre, porém, que Henrique, Walter e Garibaldi sabem da dificuldade de os três terem sucesso eleitoral no próximo pleito ocupando o mesmo palanque. Exemplo disso é que na última vez em que estiveram do mesmo lado, apenas Walter se elegeu. Garibaldi foi à disputa por uma vaga ao Senado. Ficou em quarto lugar.

Para muitos, o rompimento é uma jogada tipo dividir para somar. Um dos exemplos mais longevos desse tipo de estratégia aconteceu em Mossoró. Durante décadas, os Rosado se dividiram em dois grupos (Rosalbismo e Sandrismo) e, com isso, obtiveram muito sucesso. Mandados de deputados estadual e federal, prefeitura de Mossoró, Senado Federal e até governo do Estado.

Coincidentemente, quando os mossoroenses perceberam que a divisão seria de “fachada”, eles se viram obrigados a se unir. Resultado: em 2020, foram derrotados nas urnas. Hoje, os Rosado se contentam com um mandato de vereador, e um de deputado federal que Beto Rosado (PP) exerce à custa de muita artimanha política e jurídica, já que a vaga pertence legalmente a Fernando Mineiro (PT).

Na geografia política do Rio Grande do Norte há outros casos de divisão política familiar, desde os Maia, passando pelos Rosado, chegando agora aos Alves. Se o rompimento é realmente verdadeiro e até quando durará, só o tempo dirá. O certo é que há muita gente desconfiada com essa ruptura.

 

Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

 

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