A expulsão de vereadores da base governista em Mossoró não deve se resumir a Wiginis do Gás (União Brasil).
O prefeito Allyson Bezerra (UB) quer que seus vereadores tenham obediência ainda maior do que a que demonstram atualmente.
Não basta apenas fingir que pensam. É preciso provar que são desprovidos de pensamento.
Não basta parecer que não tem vontade própria. É obrigatório mostrar que não tem vontade alguma.
Um primeiro sinal em contrário a essas “diretrizes” já é motivo para descarte. Mas não de qualquer forma. É preciso “depuração” prévia. Processo de queima de identidade, pauta e reputação.
Já há alguns nomes passando por isso. Gente que já é tratada como traidora.
No Palácio da Resistência, a ordem é que só menor sinal de insurgência, o vereador tenha o nome manchado.
É o que está sendo feito por exemplo com o vereador Petras Vinícius (PSD). No Palácio da Resistência são muitos os que já o tratam assim.
Eleito com grande apoio da primeira dama Cíntia Pinheiro, Petras “está no radar” da queimação palaciana por também se recusar a apoiar a futura candidatura de Cíntia a deputada estadual. A mesma recusa que fez de Wiginis – um dos maiores puxa-sacos de Allyson – ser transformado em inimigo.
No caso de Petras, é notória e longínqua sua parceria com o deputado estadual Kléber Fernandes, a quem – mais uma vez – ele deve apoiar no próximo ano.
Apesar dos justificados motivos para a recusa de Petras, a decisão do vereador não está sendo bem vista pelo prefeito Allyson Bezerra.
Quem acompanha os bastidores da política de Mossoró vê no movimento ensaiado pelo Palácio da Resistência o mesmo modus operandi que transformou Lawrence Amorim (PSDB) em vilão. Às vezes, é o bandido quem dita a narrativa. Principalmente quando este é poderoso.


