Por Abdias Duque de Abrantes *
Para muitos brasileiros, o ano só começa oficialmente após o Carnaval. A festa mais tradicional do país arrasta pelo Brasil afora milhares de foliões. Mas para garantir o aproveitamento máximo da festa, não basta vestir a fantasia e correr atrás dos blocos: é preciso ficar de olho em algumas dicas importantes. Afinal, dá para curtir sem excessos e com muita saúde.
Viajante carnavalesco: vacinação para cuidar da saúde
“Antes de viajar, é importante verificar se as vacinas estão em dia, considerando algumas doses específicas conforme o destino, como contra a COVID-19, febre-amarela ou hepatites A e B”, disse o técnico do Programa de Imunizações da II Ursap, Jorge Mota.
Folião de bloco: hidratação e proteção solar
Para os amantes de blocos de rua, a exposição prolongada ao sol e ao calor excessivo exige atenção para evitar insolação e desidratação. Além disso, as altas temperaturas favorecem o aumento da frequência cardíaca e podem desregular a pressão arterial.
“A falta de reposição adequada de água pode causar uma série de sintomas e sinais no corpo, como a sensação de boca seca, dor de cabeça, tontura e cansaço. Uma atenção especial deve ser dada às crianças e aos idosos, que estão mais sujeitos à desidratação, mas podem não ter a percepção de ter sede”, explica a engenheira de alimentos e sanitarista da II URSAP, Teresa Emanuelle Gurgel.
“Para prevenir a desidratação, é fundamental beber água e outros líquidos durante todo o dia, mesmo sem sentir sede, e não abusar do consumo de bebidas alcoólicas, que desidratam o organismo e podem causar hipoglicemia, que é açúcar baixo no sangue”, destaca a sanitarista Teresa Emanuelle Gurgel.
Proteção contra ISTs
O uso de preservativos é a proteção mais eficaz para se proteger de ISTs. Outra medida adicional para evitar as IST e a transmissão do HPV é a vacinação. “Felizmente, existe vacina eficaz contra o HPV, que pode prevenir a infecção pelos tipos mais perigosos do vírus e reduzir significativamente a incidência dessas complicações”, diz a Referência do Programa ISTs da II Ursap, Fabrícia Ariadina de Oliveira.
Folião de barriga vazia não para em pé
“É inevitável não se deparar com as barraquinhas de lanches nos arredores da folia. Acontece que apesar de práticas, as comidas de rua podem oferecem riscos de intoxicação alimentar. Geralmente os lanches servidos são feitos à base de alimentos ultraprocessados, como salsicha, presunto, congelados, etc”, explica a engenheira de alimentos, Teresa Emanuelle Gurgel.
Assim como no dia a dia, a alimentação no Carnaval também deve se basear em alimentos in natura ou minimamente processados. Para garantir a energia necessária, o seu corpo precisa de nutrientes.
Prefira comidas leves para não atrapalhar a digestão e dê preferência a alimentos ricos em fibra para garantir maior saciedade ao longo do dia.Já pensou como as oleaginosas (castanha-de-caju, castanha-do-brasil (castanha-do-pará), nozes, amêndoa, amendoim, avelã) são ótimas opções para lanches rápidos? Vale levar para a folia e comer na hora da fome. Assim você economiza e ainda evita as comidas de rua.
Controle no uso de bebida alcoólica
Quem consome bebida alcoólica deve intercalar as doses com água para evitar a desidratação, embriaguez e ressaca no dia seguinte.
O álcool, por si só, pode provocar hipoglicemia [redução da taxa de açúcar no sangue], causando tontura, mal-estar, queda na pressão arterial e desmaios”, alertou o médico, lembrando que, além disso, moderar o consumo de bebidas alcoólicas pode reduzir os riscos de acidente, discussões ou brigas.
Sem racismo o Carnaval brilha +
O Carnaval é uma das maiores expressões da nossa identidade e, para brilhar de verdade, precisa ser um espaço livre de racismo, preconceito e de qualquer forma de discriminação.
Se tiver doença crônica (diabetes, hipertensão, epilepsia, dentre outras), alguma alergia grave ou utilizar próteses, leve um aviso
Não é não: lei é garantia contra importunação sexual no carnaval
Carnaval é época de diversão e durante a folia acontece muita paquera. No entanto, o que não é consentido é considerado crime: a Lei 13.718, em vigor desde 2018, criminaliza os atos de importunação sexual e divulgação de cenas de estupro, nudez, sexo e pornografia.A pena para as duas condutas é prisão de 1 a 5 anos.
A importunação sexual foi definida em termos legais como a prática de ato libidinoso contra alguém sem a sua anuência “com o objetivo de satisfazer a própria lascívia ou a de terceiro”.
Beijo à força ou qualquer outro ato consumado mediante violência ou grave ameaça, impedindo a vítima de se defender, de acordo com a mesma lei, configura crime de estupro. Beijo, portanto, só consentido.
A conduta criminosa envolve comportamentos hostis e desrespeitosos, como gestos obscenos, contato físico não desejado, exposição de partes íntimas, cantada invasiva, beijos forçados, puxão pelo braço, agarrar pela cintura são alguns exemplos.
Sentiu-se constrangida denuncie. Para registrar qualquer reclamação de violência contra a mulher basta ligar para o 190 e180. Todas as denúncias são sigilosas.
“O carnaval é uma das festas mais importantes e animadas do Brasil. O carnaval também é uma extraordinária manifestação cultural, que valoriza a diversidade e a criatividade do povo brasileiro. A festa é um momento de celebração da vida, da alegria e da liberdade, e representa a capacidade do povo brasileiro de superar as dificuldades e encontrar motivos para sorrir e se divertir”, disse a Coordenadora de Recursos Humanos da II Ursap, Jane Valcácio.
“O segredo para curtir a festividade sem culpa está no equilíbrio. O Carnaval é um momento de leveza e liberdade, mas isso não significa abrir mão do cuidado consigo mesmo. Quando há consciência e moderação, é possível aproveitar cada instante sem arrependimentos”, destaca a gerente da II Ursap, Emiliana Bezerra Cavalcanti.
* Assessor de Comunicação Social da II URSAP