Os moradores da comunidade rural Cajazeiras dos Orígenes na cidade de Tenente Ananias, vem lutando há anos pela construção de uma passagem molhada na localidade. Apesar da importância do benefício, a prefeitura de tem ignorado a obra, não a realizando.
Durante muitos anos, foram enviados diversos ofícios à prefeitura, que nunca os respondeu tampouco fez a obra. Os moradores decidiram fazer a obra, que recebe doações de quem quiser ajudar.
De acordo com os moradores, construir a passagem molhada é essencial para a região.
A construção da passagem molhada Sônia Maria Tavares da Silveira, que está sendo executada pela Associação Comunitária Rural Unida do Sítio Cajazeiras “Orígenes da Rocha Formiga” (ACRUSC), é da maior importância para a região.
Aprovada no dia 11 de Dezembro de 2022, em reunião ordinária, essa passagem está localizada, num ponto, onde se encontram três afluentes, todos contendo a sobra das águas da sangria de cinco açudes de porte médio juntas (águas) numa área de aproximadamente 50 Km quadrados.
De 1964 a 1982, apesar de terem ocorrido várias cheias, não havia grande dificuldade em se fazer a travessia porque a maioria dos meios de transporte ocorriam em animais, que nadam muito bem. E em casos de cheias, pelas quais burros ou cavalos não conseguiam atravessar, com segurança, levando pessoas, a travessia era feita a nado, onde o riacho faz a curva, abaixo do local, onde havia duas Cajazeiras, que deram origem nome a esse lugar, a uns 150 metros abaixo, porém bem próximo do local onde a obra está sendo construída.
Os três motivos principais para a construção dessa passagem molhada é que a cidade não possuía médico de plantão e um farmacêutico da cidade prestava os socorros dentro dos limites de seu conhecimento. Ele era farmacêutico na prática, sem nenhum estudo para esse fim.
No caso dos moradores da comunidade Cajazeiras dos Orígenes , no que se refere à passagem molhada a cinco metros do local, na estrada que pertence à prefeitura, há uma pedra côncava, que mesmo sem cheias e com pouca correnteza, cria um lodo que desliza facilmente os pneus das motos, fazendo com que elas (motos) caiam facilmente.
Quando em períodos de inverno forte, as águas podem ficar, entre 70 centímetros a 1,50 metro em casos extremos, não permitindo sequer a passagem de automóveis. Nesses períodos, fazemos a passagem pela corda.
Passar na corda é uma expressão que usamos quando há cheias e os riachos transbordam. Consiste em amarrar as duas pontas de uma corda comprida, em dois pontos de apoio nos extremos, transversal, feito isso, com a corda amarrada e esticada, a pessoa, vai segurando a corda, se posicionando pelo lado que a água corre. Assim faz a travessia com mais segurança.
Foi numa dessas passagens com corda, e foram várias em anos de muita cheia, que Sônia Maria Tavares da Silveira por muito pouco não foi arrastada pela correnteza ao ser empurrada contra a corda. Para complicar, ela não sabia nadar e foi socorrida a tempo por alguns homens que estavam às margens. Nessa ocasião ela ia fazer o trabalho de parteira para uma senhora que mora na comunidade vizinha.
Desde 1964, a comunidade Cajazeiras dos Orígenes é beneficiada com escolas, que hoje são municipais. Temos relatos de pais e alunos que perderam aulas durante o período de cheias. E isso justifica a necessidade dessa passagem molhada com urgência.
Houve também, problema de faltar a escola, alunos daqui, que estudavam na cidade, quando o transporte era feito numa camionete. Hoje o transporte é feito por um micro-ônibus, que também não atravessa em caso de cheias.
Há também o relato de um grupo de pessoas que estavam atravessando e nem era uma grande cheia, quando as pessoas se deram conta, as águas já as ia arrastando. Em 1985, a vítima de um raio que morava na comunidade foi sepultada no município vizinho, Santa Cruz, na Paraíba, que também estava com problema de cheia e por muito pouco o corpo não foi arrastado pelas águas.
Essas histórias mostram a importância da construção da passagem molhada Sônia Maria Tavares da Silveira. A população necessita dela para se transportar de um local ao outro em segurança. Crianças precisam ir à escola e essa passagem facilitará o socorro de pessoas doentes.
Em face da inércia do poder público, a ACRUSC vem tocando a obra por meio de campanhas solidárias. Agora, a associação está realizando a campanha do cimento para finalizar a obra. Os interessados em contribuir podem fazer doações por meio de pix: 34407366/0001-00 (chave).