* Márcio Alexandre

Misoginia e machismos são, por definição e prática, coisas diferentes. Assemelham-se, no entanto, na mesma questão, a vítima: as mulheres. Misóginos e machistas são, cada um a seu modo, incapazes de reconhecer as mulheres na sua grandeza. De compreender as suas lutas. De respeitar suas cores, suas dores, seus dons. Na arte, na vida cotidiana, na ciência, na política.
Por mais que elas cresçam – por esforço próprio – reconheça-se – há homens querendo apequená-las.
Dois vereadores de Mossoró deram exemplo de como ainda se desrespeita as mulheres.

As falas de Naldo Feitosa (PSC) e Marrom Lanches (DC) são enojantes. É necessário reproduzi-las apenas para que tenhamos noção do absurdo.
“Toda vida coloca proteção às mulheres. Mas o lugar da mulher é onde ela quiser. Mas não precisaria só ter o homem se tivesse a mulher. Os homens estão pagando pelas mulheres”, disse.
Marrom Lanches, que assumiu a vaga aberta com a cassação de Larissa Rosado (União Brasil) e que foi citado por Naldo em sua fala: afirmou: “Se quiserem, porque é mulher, vou botar batonzinho, saia, e venho trabalhar”.
Uma vergonha termos na Câmara de Mossoró, chegando ou saindo, gente de mente tão tacanha, de sentimento tão mesquinho, de expressões tão machistas. Na Casa do Povo.
Como perde a Câmara de Mossoró com tais posturas. Como sai abalada a ética. Como está cambaleante a moral. Como maltratam as mulheres.
Que Naldo e Marrom aprendam com o erro e abandonem o machismo e a misoginia. Culturalmente impregnados em seus corpos e expelidos com raiva, frustração e desprezo. Que desrespeito.

* Professor e jornalista

 

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