* Márcio Alexandre
Arquibancada cheia. Todas as cadeiras na quadra ocupadas. Pais, mães, tios, tias, irmãos, irmãs, primos, avôs, avós, conhecidos, vizinhos. Todos na expectativa. Pequenos-grandes astros vão se apresentar. Meninos e meninas que são artistas e plateia. Que aplaudem e serão aplaudidos.
Não há tensão, há expectativa. Não há medo, há euforia. Não há nervosismo, há ansiedade. Mas há, sobretudo, alegria. Há olhos de contemplação, de entusiasmo, de felicidade. Nos que veem e nos que são vistos.
No show, há uma igualdade das mais bonitas, das mais verdadeiras e das mais necessárias. Escola democratiza as atenções. A educação empodera o talento.
A dança é a expressão de tudo que pode dar certo. O surdo é o reflexo dessa emoção. Acompanha cada passo, sente cada comando, repete cada gesto. Ri, feliz, porque o som da emoção é a compreensão.
O autista esquece a introspecção. E esbanja em sorriso. Até no passo exala felicidade. Está satisfeito. Se vê. Se encontra e reencontra. E sente prazer nesse reencontrar.
Aquele que a tristeza quer ser sua companhia a deixou órfã. Ela, agora, não o incomoda. Ele, agora, se deleita. É um momento dele, do agora, para o sempre. A satisfação será uma parceira permanente.
Aquela que a indisciplina teima em lhe acompanhar não acompanha o que está errado. Percebe que, na festa, a força é ferramenta de ajuda. É instrumento de colaboração.
Comemoração na escola é celebração da igualdade. É reconhecimento de liberdade. É exultação da fraternidade. É festa que começa grande e finaliza enorme. Que começa pra ser importante e termina para ser inesquecível.
Educação na escola empodera porque é na relação com os outros que o aluno se descobre grande, se percebe capaz e se vê igual a qualquer outro que ele julga gigante. Porque na igualdade todo mundo é imprescindível.
* Professor e jornalista
Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com
Parabéns meu querido amigo, professor e jornalista. Que pena que esse texto espetacular não chgou até 6a feira, pous gostaria de te-lo apresentado na ocasíão da última extra quando falamos na nossa festa junina. Mas, deixa estar não faltará oportunidade de repassar a quem de direito e dever de sabê-lo,pois o,que torna as más produções visíveis,no caso “as leituras”,é a falta das ótimas ,como esse texto.Obrigadae bom dia de paz e saúde.
Que texto lindo. Retrata muito bem o sentimento vivenciado nas celebrações escolares.