O Rosadismo não tem mais a pujança política de outrora. Não mais os mandatos eletivos em profusão e nem a expressão política de antes. E vice-versa. Dividida em dois grupos (Rosalbismo e Sandrismo), a família Rosado teve alguns de seus membros ocupando, concomitantemente, cargo de deputados estadual e federal e prefeitura de Mossoró. O auge da família foi a chegada da ex-prefeita Rosalba Ciarlini ao Senado Federal e, passo seguinte, ao Governo do Estadio.
Nos últimos anos, porém, o grupo entrou em declínio. Sandra não se reelegeu à Câmara e Larissa não renovou o mandato na Assembleia Legislativa. A despeito disso, a outra banda da família ainda contava com Rosalba no Palácio da Resistência e Beto Rosado na Câmara Federal. Do lado do Sandrismo, Lahyre Neto, Sandra Rosado e Larissa Rosado se revezam na ocupação de uma cadeira na Câmara Municipal de Mossoró.
Em 2018, Beto Rosado não se reelegeu deputado federal e a partir daí as circunstâncias começam a operar em favor da ironia. Em 2020, Rosalba não conseguiu a reeleição à prefeitura. Beto Rosado, no entanto, por meio de manobras jurídicas concluiu o mandato de deputado federal, embora o detentor de fato e de direito, do cargo fosse Fernando Mineiro.
Em 2022, Beto mais uma vez não renovou o mandato. E não houve nenhuma brecha para que ele conseguisse ficar no cargo. Com a derrota de Rosalba, o Rosadismo se resume ao mandato de vereador ocupado por Larissa Rosado. Ou se resumia. Agora, a ironia das ironias.
Numa ação eleitoral, o então partido de Larissa Rosado, o PSDB, foi acusado de fraudar a cota de gênero, dispositivo legal que tenciona garantir efetiva presença das mulheres nas disputas eleitorais. O Tribunal Superior Eleitoral (TSE) considerou que o partido realmente foi culpado, cassou a chapa do PSDB e determinou ao Tribunal Regional Eleitoral (TRE) a recontagem dos votos para garantir a posse do substituto de Larissa. Que será Marrom Lanches. Um homem. Triste ironia. Mas não para por aí.
Larissa obviamente vai recorrer. E nesse aspecto, outra ironia. Enquanto Beto lutou na Justiça e conseguiu ficar num mandato que não era dele, Larissa precisa dessa mesma Justiça para continuar no mandato que ela garante que é dela.]
Ironia das ironias, sujeira das sujeiras, não escapa um político e partidos nas manobras para garantir o grande poder e posses financeiras para nada fazer pela população. O melhor são os novos e as mudanças para a retirada das ditas oligarquias, que em tempo recorde põe as garras de fora. Lastimável o destino!