* Márcio Alexandre

O feminicídio é uma praga. Uma atrocidade. Uma brutalidade. Não importa as razões pelas quais ele acontece. Não deveria acontecer. É um crime contra a delicadeza. Contra o bom senso. Contra a sensibilidade. Contra uma das mais belas formas da existência humana: a mulher. Uma torpeza.

Um crueldade contra a qual devem se levantar todas as vozes. De todas as pessoas. Em todos os cantos. Feminicidas, covardes que são, se empoderam com o silêncio. E silenciam quando descobertos. Típico dos cruéis.

Para combatê-los é necessário estar-se vigilante. Em todas as horas. Em todos os locais. Em todos os poderes. Em todos os locais de poder. É preciso estar falando sempre que acontecer. E estar denunciando sempre que se falar.

As violências contra as mulheres crescem todos os dias. No Rio Grande do Norte também. São em média, 8 medidas protetivas autorizadas pela Justiça para evitar que o pior aconteça. E mesmo com tais proteções, ele acontece.

E acontece porque muitos só denunciam quando é conveniente. Quando são atingidos pelas lágrimas dos que choram perdas. Ou quando eles mesmo perderam.

Em Mossoró, temos essa triste realidade. Um detentor de cargo público, bolsonarista, misógino, machista, sempre ignorou os clamores das mulheres vitimadas pela violência praticadas por homens também bolsonaristas, misóginos e machistas. Não necessariamente nessa ordem.

Até que a dor entrou em sua casa. Machucou a todos porque resultou em morte. E a vítima tombou porque teve seus clamores ignorados. Inclusive por quem chora sua partida.

O combate às barbáries não deve ser batalha de ocasião. Não deve ser feita apenas por quem perde. Por quem sofre. Tem que ser campanha permanente. De compreensão e afeto. E principalmente de vigilância.

Esse é um apelo por todas as mulheres vitimadas. Por todos os que contam suas vítimas. Clamor de mulher não é vitimismo.

* Professor e jornalista

 
 
 

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