Crônica de uma tragédia

por Ugmar Nogueira
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* Márcio Alexandre

Dizem que ele queria se matar. Que bebera e planejava por fim à própria vida. Pegou, então, a arma. Um carro. Uma bomba nas mãos de quem está sob efeito de bebida alcoólica. Letal quando o embriagado se diz disposto a morrer. Sorrateiro, saiu às escondidas para o fim que todos sabiam que seria claro.

No mínimo, iria matar. E matou. Não só isso. Matou inocentes. Dilacerou vidas. Trucidou famílias.

Uma mãe e um filho. Um terceiro membro da família ainda luta pela vida numa cama de hospital. Ela jovem, eles adolescentes. Todos cheios de sonhos. Felizes, ainda celebrando as conquistas dos garotos. Destaques na escola. Vencedores na ciência. Derrotados pela irresponsabilidade criminosa. Sucumbindo por um criminoso e irresponsável.

O causador da tragédia pouco ou quase nada teve. Sua morte, no entanto, não aplacaria a dor, não diminuiria a revolta, não minimizaria o caso. Só ampliaria a tragédia. Só causaria mais sofrimento a mais uma família: a dele.

Uma tragédia quase nunca é uma fatalidade. Fatalmente tem um causador. Alguém que no mínimo assume o risco. De matar e de morrer. De causar dor e de fazer sofrer. De deixar rastro de morte, destruição e caos.

Que o amor de Deus reconforte os que perderam. Que a justiça dos homens puna os que erraram. Porque quem constroi tragédia não pode ficar impune.

* Professor e jornalista

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1 comentário

Nonato neto 05/12/2022 - 11:35

Estória linda quase chorei mas os responsáveis eram os verdadeiros criminosos

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