Influenciadoras Digitais são investigadas contra jogos de azar e lavagem de dinheiro no RN

A ação teve como objetivo desarticular um esquema criminoso voltado à prática de contravenção penal de jogos de azar, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro, estruturado por meio da exploração de plataformas virtuais ilegais, amplamente divulgadas por influenciadoras digitais em redes sociais.

por Ugmar Nogueira
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A Polícia Civil do Rio Grande do Norte, por meio da Delegacia Especializada na Repressão à Lavagem de Dinheiro (DRLD), unidade vinculada ao Departamento de Combate à Corrupção e Lavagem de Dinheiro (DECCOR-LD), deflagrou, na manhã desta quarta-feira (10), a “Operação Viúva Negra”. A ação teve como objetivo desarticular um esquema criminoso voltado à prática de contravenção penal de jogos de azar, crimes contra a economia popular e lavagem de dinheiro, estruturado por meio da exploração de plataformas virtuais ilegais, amplamente divulgadas por influenciadoras digitais em redes sociais.

As investigações tiveram início a partir de relatórios da Delegacia Especializada em Combate à Corrupção (DECCOR) e de comunicações de operações suspeitas encaminhadas pelo Conselho de Controle de Atividades Financeiras (COAF). Os levantamentos indicaram movimentações financeiras incompatíveis com a renda declarada das investigadas, além da ostentação de bens de luxo e padrão de vida elevado em redes sociais. Entre os indícios mais relevantes, destacam-se a aquisição, em espécie, de imóveis e veículos de alto valor.

Durante o cumprimento das medidas cautelares, foram apreendidos documentos, dispositivos eletrônicos e outros objetos de interesse para a investigação. Além disso, foi determinado o bloqueio judicial de aproximadamente R$ 2 milhões em contas vinculadas às investigadas, o sequestro de quatro imóveis urbanos localizados em Parnamirim/RN e Mossoró/RN, bem como a apreensão de veículos de médio e alto padrão e a indisponibilidade de outros bens móveis e ativos financeiros com indícios de origem ilícita.

De acordo com as apurações, o esquema se baseava na promoção de jogos digitais de azar, como o chamado “jogo do tigrinho”, frequentemente manipulados em versões de demonstração para simular ganhos irreais e induzir seguidores a apostar. Os valores obtidos eram convertidos rapidamente em bens de luxo ou transferidos a terceiros por meio de empresas de fachada e plataformas de pagamento, em uma típica estratégia de ocultação patrimonial.

A operação contou com o apoio de equipes do DECCOR-LD, da DEICOR, do 2º Núcleo de Investigação Qualificada (NIQ), da 51ª Delegacia de Polícia de Jucurutu (51ª DP de Jucurutu), da 73ª DP de Umarizal, da 7ª Delegacia Regional (Patu) e da 3ª Delegacia Regional (Caicó), reforçando a integração e a especialização da Polícia Civil no enfrentamento à criminalidade econômica.

As influenciadoras digitais investigadas utilizavam estratégias de atração para alcançar grande número de seguidores, por meio de conteúdos que mesclavam danças, apelos visuais e a venda de uma suposta imagem de sucesso e estilo de vida luxuoso. Esse capital de sedução era direcionado a convencer pessoas a ingressar em plataformas ilegais de apostas. A lógica por trás da conduta é comparável à metáfora da “viúva negra”: atraíam suas vítimas com promessas de ganhos e prosperidade, mas, na prática, conduziam-nas a um ciclo de perdas financeiras, endividamento e, em muitos casos, ruína pessoal.

A Polícia Civil do Rio Grande do Norte reafirma o compromisso com o combate à lavagem de dinheiro e à exploração de jogos ilegais, destacando a importância da colaboração da sociedade por meio do Disque Denúncia 181, serviço anônimo e sigiloso.

Fonte: Secretaria de Comunicação Social da Polícia Civil do RN – SECOMS

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