Os fins justificam os meios. É com essa máxima maquiavélica que o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade) leva a fim e a cabo o seu projeto eleitoreiro de uso da CPI da Covid para alavancar sua candidatura a deputado – federal, como se cogita.

Embora tenha presidido a comissão na Assembleia Legislativa sem que tenha sido tolhido em quaisquer de suas prerrogativas como mandatário do colegiado, Kelps usurpou funções de outros membros e criou um relatório paralelo.

O documento oficial da Relatoria não traz indiciamento do secretário da Saúde, Cipriano Maia, ou da governadora, Fátima Bezerra. Por uma questão indiscutivelmente clara: eles não cometeram ilícitos.

Apesar de ter constrangido servidores, de ter feito bravatas, de divulgar notícias falsas e de falsear fatos, Kelps não comprovou que houve irregularidades na condução do enfrentamento da pandemia pelo Governo do Estado. Simplesmente porque não houve.

Como alertou o Blog Na Boca da Noite em 13 de agosto passado, Kelps apostou todas as suas fichas eleitoreiras na CPI da Covid. Era sua tábua de salvação para alavancar sua popularidade e traduzir isso em votos, cada vez mais minguados em suas empreitadas eleitorais.

Sua investigação fracassou na tentativa inquisitória. Ela foi mais profunda que se imaginava. Fez o que podia e o que não podia e no fim constatou o que todos sabiam: não há ilegalidades. Investigações não são atestados de culpa. Não são condenações prévias. São procedimentos para casos em que há indícios de cometimento de crimes. O que sequer havia em se tratando da CPI da Covid.

Constatando-se que houveram malfeitos, indicia-se. Mesmo com toda a vindita de Kelps, nada foi comprovado. O relatório atesta isso. Mas Kelps não se incomoda. Precisa ir adiante com sua cantilena de que houve erros. Narrativa que não convence nem a ele mesmo.

Mesmo que esteja cometendo crimes, Kelps não para em sua sanha. Interessa a eles as capas de jornais. As manchetes nos blogs a quem alicia com “notícias em primeira mão” ou sabe-se lá o que na outra.

Veja abaixo a reação do governo a tentativa ilegal, rasteira e suja de Kelps em atribuir crimes a quem não os cometeu:

 

“O Governo do RN reagiu com veemência ao relatório paralelo da CPI da Covid que incluiu o nome da governadora Fátima Bezerra na lista de indiciados pela aquisição conjunta de ventiladores pulmonares realizada pelo Consórcio Nordeste, em junho do ano passado, quando a média de mortes pela doença no Brasil era de quase 1.000 pacientes por dia. Em entrevista na noite desta quinta-feira (16), o chefe do Gabinete Civil, Raimundo Alves, disse que recebeu a notícia com surpresa e indignação e lamentou o caráter político-eleitoreiro adotado pelos deputados de oposição na Comissão Parlamentar de Inquérito na Assembleia Legislativa.

O objetivo era tirar do ostracismo deputados como o presidente da CPI, que sabe que está cometendo crime quando utiliza documentos sigilosos para levantar suspeitas sobre pessoas sérias e dignas. Ele sabe que está cometendo crime ao falar desses documentos, [mas sem mostrar o conteúdo] porque são sigilosos. Se ele estivesse falando a verdade sobre esses documentos, estaria tornando público um documento sigiloso da justiça, por isso precisa mentir para criar no coletivo o entendimento de que está falando a verdade para levantar suspeitas sobre pessoas dignas. Desde o início, a CPI teve um objetivo claro: fazer política eleitoreira, tirar do ostracismo um deputado que saiu derrotado na eleição para a Prefeitura do Natal no ano passado.

Raimundo Alves, que falou em nome do governo, juntamente com o procurador-geral do Estado, Luiz Antônio Marinho; do controlador-geral Pedro Lopes, e do secretário de Planejamento, Aldemir Freire, lembrou dos esforços feitos pelo governo da professora Fátima Bezerra para salvar vidas na pandemia, que fez um trabalho exemplar, que foi considerado um dos mais eficientes do Brasil na proteção à vida das pessoas. “Lamentamos que queiram imputar à governadora, que tem uma história limpa de 30 anos de vida pública, alguma responsabilidade sobre malversação ou qualquer coisa que possa ter acontecido durante esse processo. Isso nos causa indignação porque os órgãos de controle externo já analisaram todos os processos. Sabemos que isso não terá nenhuma consequência judicial, mas o objetivo político no relatório final que foi capitaneado pelo presidente da CPI nos deixa bastante indignados.

O controlador-geral, Pedro Lopes, disse que o processo de aquisição dos ventiladores pelo Consórcio Nordeste foi realizado com fundamento na Lei nº 13.979/2020, em processo administrativo que observou todos os requisitos legais. “Foram quatro meses de verdadeiras inquisições, de constrangimento de servidores da saúde, agentes públicos que durante a pandemia não ficaram em casa, mas trabalharam dia e noite para garantir abertura de leitos de UTI e salvar vidas.”

Pedro, que acompanhou as sessões da CPI, esclareceu que não há apontamento de nenhum real desviado. “Passaram nove semanas discutindo gramatura de sapatilha, discutindo peso de cotonete, porque se buscava de alguma maneira criminalizar o governo. Não encontraram nada, apenas erros formais, administrativos, altamente compreensivos durante uma pandemia sem precedentes com um grupo reduzido de servidores, atuando em mais de 600 processos.  Repito: não há nada de ilegalidade e de irregularidade, de mau uso de recurso público e de desvio de dinheiro público. Nada, absolutamente nada.”

Dada a dimensão da pandemia – esclareceu o procurador-geral Luiz Antônio Marinho – os processos relativos as ações de enfrentamento da covid foram acompanhados por duas forças-tarefa montadas pelo Governo do Estado para atuar conforme estabelecido na Lei 13.979/2020. Uma constituída no âmbito interno da PGE, com sete procuradores na área consultiva e seis na área judicial, e a outra integrada pela Controladoria-Geral do Estado, Gabinete Civil e Secretaria Estadual de Saúde. “Estávamos diante de um cenário de emergência. E foi nesse cenário que os gestores atuaram. Então causa surpresa a conclusão de que caberia indiciamento de servidores, do secretário e da governadora. No caso do secretário Cipriano Maia, o Ministério Público de Contas lavrou um parecer em que deixa muito claro que não há fato ilícito a apurar porque, principalmente no caso dos respiradores adquiridos via Consórcio Nordeste, feito na ambiência da emergência e com os meios disponíveis para a prática do ato. Se não há o que apurar de ilicitude praticada pelo secretário, que dirá em relação à governadora, que não praticou nenhum ato de gestão”.

 

Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

 

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

De Volta ao Topo