* Márcio Alexandre
Um “amigo” me manda uma mensagem, por zap, de um antigo vizinho: Márcio, fulano (não vale à pena citar o nome de quem apoia o inominável) está perguntando sobre o que você achou de o presidente ter dado reajuste de 33% aos professores?”.
A mensagem, cheia de erros era um convite à briga. Uma afronta. Pelo menos um desassossego. Percebi log que ele não queria debate, embora seja querer demais que esse povo queira uma conversa inteligível. Quem deseja dialogar por um bom propósito não coloca um terceiro em má situação. Mesmo que esse aceite.
Mantive a fleuma. E, didaticamente, embora saiba que não haja didática que sirva para ensinar a quem só quer dar coice – expliquei que tratava-se de um reajuste garantido na lei 11.738, de autoria de Cristóvão Buarque, sancionada pelo ex-presidente Lula e que o percentual é definido a partir da variação do custo do valor-aluno, ou seja, de quanto os entes federados investirão para manter um estudante em sala de aula em 2022.
Claro, o energúmeno não se convenceu. Bozoloides não operam com sentidos, informações, conhecimento ou sensibilidades. Repetiu a cantilena. Desprovida de qualquer coisa que valha um comentário sequer.
Como o mensageiro continuava a se manter confortável na condição de leva-e-traz, e como que insistindo a que eu desse uma nova resposta, vi-me obrigado a ser mais incisivo, embora repita-se, de forma gradual. Mera formalidade. Poderia ter sido mais rude logo na primeira investida do desleal e imbecil oponente.
As mensagens teimavam em continuar chegando porque o doidivanas insistia em que o mensageiro as enviasse. O caviloso covarde é um cidadão que sequer terminou o Ensino Médio (por pura opção) e talvez sinta-se cômodo na condição de apoiador do genocida por ser parente de um militar sem nenhum escrúpulo e com um patrimônio que está a anos luz da sua capacidade orçamentária, considerando-se os seus vencimentos legais.
Centenas de minutos de inúmeros insultos depois, afirmei: quem diz que o presidente deu reajuste a professor, o faz por burrice ou maldade. Pela primeira vez após a primeira ofensa, os textos do aplicativo enviadas por esse “amigo” cessaram. Nem as dele próprio, nem as que estavam sendo terceirizadas. Foi no início da semana esse fato. Até hoje, o silêncio digital impera.
Essa situação, aliada a outras de pessoas na mesma condição, me fez pensar como uma parte da população se sente confortável em ser burra por opção – com o devido respeito aos asininos. Talvez isso se justifique porque esse mesmo povo se diverte em ser mal.
* Professor e jornalista
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