O Rosalbismo sempre foi exultado como uma grande e estratégica força política. Expoente intelectual do grupo, o ex-deputado Carlos Augusto Rosado, marido da ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) sempre foi cantado em verso e prosa como um estrategista nato, um homem que nasceu para os bastidores da política. Há muitos méritos de Carlos Augusto nas conquistas de Rosalba para a prefeitura de Mossoró, o Senado Federal e o Governo do Estado.
A fonte de inspiração, os argumentos, as jogadas, tudo parece ter minado. Não se vislumbra um arranjo rosalbista enquanto força de oposição. Há um silêncio absurdamente incompreensível. Uma apatia inexplicável. Uma afasia política gigantesca. Depois que deixou o comando da municipalidade, o Rosalbismo parece que deixou de existir.
Para usar um jargão futebolístico, a sensação que se tem é que o grupo só sabia jogar com a bola no pé. Sem o comando do jogo, mostra-se perdido. Desnorteado. Não há ensaio de uma jogada de efeito. De uma busca de ataque. Nada. Nem firula.
Sem uma máquina administrativa a lhe dar suporte, sem um mandato a lhe sustentar politicamente, o Rosalbismo parece não fazer parte do cenário. Letra morta na literatura política. Essa é a impressão que se tem. Motivos não faltam para que se faça a oposição minimamente necessária.
A gestão Allyson Bezerra (Solidariedade) é um convite a uma oposição de um bloco político forte como outrora sempre fora o Rosalbismo. Centralizador, personalista, perseguidor e rodeado de atos suspeitos e questionáveis, o governo Allyson é um chamado a questionamentos. Há sujeira debaixo do tapete e nos aparelhos de ar-condionado.
De problemas simples que a gestão não consegue resolver, como a oferta de suporte mínimo a escolas, passando por apresentações fantasiosas de ações que não vão se realizar, a superinflacionamento de valores de obras e de eventos, como o Mossoró Cidade Junina, a muito a se debater, a se criticar, a se denunciar. São explicações que precisam ser dadas. E não há quase ninguém cobrando. O Rosalbismo precisa sair do mar de rosas do comodismo. O mergulho dado já está longo demais. A continuar, poderá virar suicídio político. O governismo está ganhando por W x 0. Já passou da hora de botar o time em campo.