* Márcio Alexandre
O advogado Paulo Linhares é, indubitavelmente, uma das maiores inteligências de Mossoró. Jurista respeitado e jornalista premiado. Professor de cátedra e político experimentado.
Apesar de todas as inúmeras e incontestáveis virtudes, Paulo errou e, nesse diapasão, fraquejou.
Paulo Linhares desejava e almejava, com justiça, ser candidato a vice-prefeito na chapa encabeçada pelo prefeito Allyson Bezerra (União Brasil).
Nesse propósito, deixou a gestão e foi à imprensa. Muito mais do que apresentar suas credenciais- de todos já sabidas – foi para atender a una determinação do prefeito no desejo de ser atendido e vir a ser vice.
Foi preterido, como se esperava. E voltou para a gestão, como poucos imaginavam.
Retorna sem brilho e sem brio. Colocando a hombridade em risco. Dando de ombros para sua própria trajetória. Paulo voltou para o Previ. Fosse previdente, não voltaria. Retornou como homúnculo.
Voltou pequeno para onde saiu na tentativa de ficar grande. Fraquejou não porque perdeu a vaga para alguém sem a sua experiência política, seu capital cultural, seu estofo intelectivo.
Fraquejou porque se submeteu aos caprichos de quem, embora com poder, não tenha nada além disso. E nada mais efêmero de que o barulho de quem só late quando junto à matilha raivosa.
Paulo errou quando acreditou na gratidão de quem é claramente ingrato. Esperou justiça de quem é notoriamente injusto. Jogou limpo com quem leva a bola quando não é escalado.
Paulo foi inocente num círculo onde impera a astúcia, a sorrateirice, a sub-repticiedade. Foi cordeiro numa jaula de leões. E poderia ter saído dela vitorioso, gigante. Bastava não ter se abaixado tanto. Acabou mostrando o que não deveria.
* Professor e jornalista
