Ugmar Nogueira
* Ugmar Nogueira
Toda e qualquer comparação de Mossoró com a Taperoá, município do interior paraibano, não é apenas uma coincidência e sim uma necessidade.
A cidade de Taperoá foi fonte de inspiração para o famoso escritor Ariano Suassuna escrever a obra-prima ‘O auto da Compadecida’.
O dramaturgo, romancista e poeta ganhou o mundo após a exibição da sua famosa obra. Muito do sucesso se deve a Chicó, célebre personagem do Auto da Compadecida, famoso por sua habilidade em criar narrativas falaciosas, produzir desculpas esfarrapadas e por ter uma indiscutível capacidade de fugir de suas responsabilidades. Tudo isso recorrendo a lorotas, mentiras e empulhações.
Em Mossoró, o atual prefeito da cidade, Allyson Bezerra (União Brasil) parece não ter perdido um capitulo sequer dessa peça, que mistura fatos reais com muitas ficção, com base no regionalismos e na religiosidade contadas por um dos principais personagens da obra o famoso e mentiroso Chicó interpretado pelo talentoso Selton Mello.
O dramatológico gestor mossoroense vive 24 horas encarnado no personagem Chicó que, por sua vez, mente que nem sente e se mostra um conquistador nato na adormecida cidade.
Agindo como verdadeiro farsante, o Chicó da terra de Santa Luzia prometeu e até agora não fez nada do prometido: Creche, Unidade Básica de Saúde, Areninhas esportivas, Novo Nogueirão, Obras de Mobilidade Urbana, fomento ao emprego.
Agindo como verdadeiro farsante, o Chicó do Palácio da Resistência ainda não trouxe o tão decantado e prometido desenvolvimento para a nossa urbe. Ao contrário, a cidade tem involuído, com algumas pequenas obras tocadas ao preço de milionários contratos bancados a um elevado custo de empréstimos que endividarão o município por décadas, em decisões administrativas teratológiicas. Monstrengos de nossos tempos.
Assim como em Taperoá, o Chicó daqui vive driblando padres e pastores e se dando bem com os fazendeiros.
Para não dizer que esqueci das iguarias de trigo, o Chicó mossoroense até gosta de ir a uma famosa padaria localizada na Avenida Rio Branco. Embora a vida imite a arte, o burgomestre não se apaixonou pela esposa do padeiro.
Sigamos pelas ruas, caminhando e observando os próximos capítulos dessa grande cidade cinematográfica chamada Mossoró. O enredo tem feito pouca gente feliz: apenas os que integram o círculo em torno do prefeito.
Apesar de incorporar o mentiroso Chicó, o prefeito de Mossoró encena mesmo é um teatro de horrores. Isso, infelizmente, não é balela.
