* Márcio Alexandre

 

Todos tem o direito de usar argumentos normais e instrumentos legais para defender seu ponto de vista. No caso de quaisquer candidatos, de tentar convencer o eleitor. Nessa luta, quase todas as ferramentas podem ser utilizadas. Algumas nunca. Em tempo algum. De forma nenhuma.

Preconceito, desinformação e mentira são algumas delas. Principalmente inverdades para desinformar e destilar preconceito e discriminação. Em busca do voto, o presidente Bolsonaro (PL) faz dessa dessa busca uma batalha fratricida. Uma guerra. Já fazendo, inclusive, várias vítimas fatais. Respeito, verdade e urbanidade  jazem no cemitério de canalhices do presidente.

E ele segue atirando. No debate do último domingo, direcionou sua metralhadora de mentiras e preconceitos. Criminosamente, classificou como bandidos as pessoas que moram nas favelas.

Não bastassem todas as dificuldades de habitarem em lugares insalubres, em casas e barracos com pouca ou nenhuma infraestrutura; com pouco ou nenhum conforto, esses brasileiros foram tachados de “bandidos” pelo presidente. Desrespeito, discriminação e preconceito. Criminosamente articulados por Bolsonaro.

Já há muitas reações à fala imunda do mandatário. Pessoas que a omissão do Estado as obrigou a viver em condições adversas. Às vezes sub-humanas. Mas mantendo a humanidade, acima de tudo. E apesar de Bolsonaro.

Falo por ter vivido a experiência. Por ser resultado do que a favela é capaz de produzir. Foi vivendo na favela, com dignidade e esperança, que tracei meu caminho. Projetei meu futuro.

Foi na favela que pavimentei, com estudo, sonhos e bons sentimentos, o presente que hoje vivo. O que vivi na favela foi combustível para que conquistasse 4 diplomas universitários, sendo dois de graduação e dois de pós-graduação.

O que vivi na favela foi ferramenta também para que me habilitasse a exercer, com orgulho, responsabilidade e amor, três ofícios: jornalismo, advocacia e, especialmente, principalmente, a docência.

Senhor presidente, respeite os que lutam. Respeite os que sonham. Respeite os que persistem. Estejam onde estiverem.

Bandidos existem em todos os lugares. Talvez até na favela. Com certeza, na casa de vidro. Guarde seu desrespeito para seus amigos de crime, trapaças e milícias. Aqui não, mentiroso!!!

 

* Graduado em Pedagogia;

Especialista em Leitura e Produção Textual;

Bacharel em Direito;

Aprovado no XIX Exame da Ordem dos Advogados do Brasil;

Professor da Escola Municipal Paulo Cavalcante de Moura;

Servidor da Universidade do Estado do RN

Jornalista Provisionado;

Mestre em Ciências Sociais e Humanas;

Orgulhosamente Favelado

 

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