O leitor do Boca da Noite sabe, com riqueza de detalhes, a quantas anda a relação entre o prefeito Allyson Bezerra (União Brasil) e o presidente da Câmara Municipal, vereador Lawrence Amorim (PSDB). Sabe do utilitarismo da relação e de que, quando o movimento de um não agrada o outro, o “caldo entorna”.
Nos últimos dias, Allyson tem sido obrigado a fazer o que não gosta: cotejar, afagar, adular. E há uma razão muito forte: o medo da instalação de uma Comissão Especial de Inquérito (CEI).
Por conta disso, segundo apurou o Boca da Noite, desde a semana passada que o prefeito Allyson Bezerra não tem medidos esforços para se reaproximar de Lawrence.
A decisão de trazer Lawrence para perto, outra vez, tem origem no momento delicado que o prefeito viveu nas últimas semanas com o ruidoso caso da licitação fraudulenta de R$ 3 milhões de reais.
Para cotejar o presidente da Câmara, o prefeito deu carta branca para Lawrence montar a nominata de vereador inclusive contando com nomes que já estavam no partido de Allyson.
Para afagar o parlamentar, o prefeito convidou o vereador para uma conversa no Palácio da Resistência na noite de terça-feira.
E para adular o presidente da Câmara, Allyson ofereceu-lhe a vaga de vice na chapa que ele vai encabeçar. De acordo com o que apurou o Boca da Noite, ficou quase tudo certo.
Para a negociação ser fechada, o roteiro é o seguinte: Lawrence teria que desfiliar a esposa do PSDB e filiá-la ao União Brasil. Com esse ato, o partido completaria a nominata feminina e ganharia um nome forte para a disputa.
A reunião terminou quase 11h da noite, à base de muito suco de cajarana. São com esses afagos que Allyson quer reconstruir o caminho de volta para que Lawrence volte a se sentir à vontade na casa azul e branca da avenida Alberto Maranhão.
Lawrence aceitando esse acordo, entrará na estatística popular de que todo politico é igual. Mesmo assim, isso provará o quanto lhe falta convicção de posicionamento político ou porque não, ideológico.
Devem vender até a alma ao diabo, pelo poder, mas o agir de Deus, não será abalado. Eu creio que irão pagar o preço.