Domingos de farofa

por Ugmar Nogueira
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* Márcio Alexandre

 

Domingo de sol escaldante. O calor não afastava o entusiasmo. Mesmo dos que pareciam menos acomodados no ônibus de poucos recursos e muita gente.
Alguns ainda sob o efeito “das alegrias” da Noite anterior.
O dia, inadiavelmente cansativo, seria também inevitavelmente inesquecível. Nada detinha o desejo e a necessidade de curti-lo. Com o sal da areia e o frescor da água.
O veículo seguia. Com muito barulho e pouca velocidade. Quase uma Maria-fumaça.
Superlotado. De pessoas e expectativas. De gente e coisas.
De dezembro a janeiro, as lotações saíam. De todos os cantos. A ida uma certeza. A volta, uma incógnita. A viagem, uma festa.
Era a maneira democrática de garantir aos menos aquinhoados a chance de “praiar”. Tibau, a preferida de 8 em cada 10 mossoroenses, oferecia mais chão, mais barracas, mais points.
Bolachas e biscoitos eram o cardápio dos mais jovens. Não havia tempo pra pensar em almoço. Nem dinheiro pra concretizar o pensamento.
Os grupos mais organizados já levavam o “rango” pronto. E nesse ponto, o preferido era o frango.
Quem nunca foi à praia nessas condições, que atire a primeira colherada de farofa.

 

* Professor e jornalista

 

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