* Márcio Alexandre

A democratização do acesso aos meios de produção e difusão de informações é um dos grandes avanços da humanidade em toda a sua história.
Ela foi possível, entre outras coisas, por causa do advento da Internet. Outro grande ganho.
Esses dois processos, no entanto, padecem sob o poder dos canalhas. É assim, por exemplo, que pululam notícias falsas e se dissemina discurso de ódio. O avanço da desinformação é algo preocupante. Engana-se, infelizmente, quem acha que somente novatos na arte de informar tem produzido absurdos.
Mossoró experimentou hoje um episódio vergonhoso na história da sua imprensa.
Por dissonância cognitiva, maldade ou mau-caratismo, muitos jornalistas divulgaram que a greve dos professores tinha sido declarada ilegal pela Justiça. Um desserviço à população e ao jornalismo.
O desembargador Vivaldo Pinheiro acatou o pedido da prefeitura de Mossoró e suspendeu a greve docente. O magistrado fez questão de ressaltar: “sem declaração de abusividade e ilegalidade”.
Não é pecado errar. Inclusivo no jornalismo, mas chama a atenção que num momento em que multiplicam-se suspeitas sobre cooptação de parte da mídia pelo poder, muitos jornalistas “tenham cometido o erro” de não ver a ressalva do desembargador.
Estranho que não tenham visto algo que está tão claro. Ou não tenham querido ver.

Estamos desaprendendo? Parece que pelos menos o respeito à inteligência alheia é uma lição que não estamos fazendo.

Abaixo segue a decisão:

 

Decisão – concedida a antecipação de tutela – Professores

 

* Jornalista

 

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