* Márcio Alexandre
O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (União Brasil) todo mundo sabe, parece não se preocupar muito com o que acontece. O que o preocupa mesmo é “vender” a versão sobre o que aconteceu. Mostrar qualquer coisa sob sua ótica. De acordo com seu discurso. Submisso aos seus propósitos. Refém de suas vontades. Tem sido assim desde que assumiu o comando da municipalidade. Deve ser assim enquanto prefeito for. Dure o tempo que durar.
Allyson não se importa em perder. Desde que as pessoas pensem que ele ganhou. O jovem demonstra ser desses que não aceitam que tem falhas. Que a vida é cheia de altos e baixos. Idas e vindas. Vitórias e derrotas. Talvez porque, na condição privilegiada de só lhe dizerem o que ele gosta de ouvir, segue se iludindo. E acreditando em coisas que talvez só ele mesmo acredite nelas. Há 81% de chances de isso ser verdade.
Enclausurado nessa espécie de universo paralelo, Allyson vê o mundo desabar, mas sempre acha um jeito de dizer que trata-se apenas de exagero da oposição. Se a parede cair, atribuirá ao vento a culpa pela negligência humana. Há uma chance para mudança de atitude. Para se refazer a rota. Tomar as rédeas da situação. E não apenas do discurso sobre ela.
Mesmo que o prefeito se negue a agir como o momento pede e não apenas pelo ângulo que lhe oferece a melhor imagem. Mesmo que conte com blogueiros amostrados e “instragramers” amestrados para amplificar o fato e ignorar o fake. A vida é muito mais do que a narrativa sobre ela.
Os últimos dias tem mostrado ao prefeito que essa estratégia às vezes até ganha jogo, mas nem sempre se sustenta durante todo um campeonato.
A gestão Allyson Bezerra demorou – por incompetência ou birra – a adotar providências necessárias à liberação do Nogueirão. Fez apenas aos “45 minutos do segundo tempo” e após muita pressão. Como era de se esperar, a desídia custou ao Potiguar a possibilidade de decidir em sua casa a classificação à próxima fase do Brasileirão da Série D. O fato foi mais forte que a narrativa. Deu de goleada no engodo vernacular do prefeito.
Allyson, aliás, já havia sido desmentido pelas evidências, mesmo tentando manter as aparências. O rompimento da passagem molhada de Mulunguzinho não sustentou a versão palaciana de que “o serviço era o melhor de toda história de Mossoró”, para lembrar de um dessas hipérboles repetidas com muito fôlego e pouca verossimilhança.
As chuvas também jogaram um balde de água fria na frustrada tentativa – para dizer o mínimo – feita pelo gestor para dizer que acabou com os alagamentos na área da Cobal. Qualquer neblina deixa o local intransitável. E derruba qualquer conversa oportunista sobre resolução do problema.
Não se pôs de pé por muito tempo a cantilena allysista de que as escolas da rede municipal de ensino foram climatizadas. Uma ou duas unidades de ensino receberam ar condicionado. Muito mais para esquentar o discurso do que para esfriar o ambiente. Toda a cidade já sabe que não passou de lorota. O que ninguém sabe mesmo é onde foram parar os aparelhos.
São apenas quatro dos muitos exemplos que mostram que o que acontece é muito diferente do que se diz. De tanta narrativa que não se sustenta no mundo real, não tardará a que se diga que “nunca se mentiu tanto em Mossoró”. Vaidoso como é, não será surpresa se o prefeito reivindicar para si o epíteto de “cascateiro”. O maior de toda a história. Não esqueçamos.
* Professor e jornalista
Outro bom exemplo é a praça de convivência. Após ficar fechado para manutenção por um ano, permaneceu vazio por mais um ano, apenas para cair em desuso novamente. A manutenção teria sido realmente necessária, mas fechar completamente (ao invés um quartil por vez, por exemplo) era um absurdo. E depois deixe vazio por mais um ano, apenas estupidez.
Citou poucos exemplos para as muitas mentiras, porém as poucas palavras foram bem ditas. Engana-se quem quer viver e paga caro pra propagar o que não pode existe. A realidade comprova e não tem argumentos que apague.
Simplesmente estranho tudo isso, no linguajar do prefake a praça estava pronta, parabéns para esse prefake que só sabe mentir.