Francisco, o papa da simplicidade

Choramos a perda de um homem e celebramos a assunção de um santo

por Ugmar Nogueira
A+A-
Reiniciar

* Márcio Alexandre

Morreu Francisco, o mais santo dos papas, o mais humano dos santos. Francisco foi tão grande em sua simplicidade, que às vezes soa estranho chamá-lo de Sumo Pontífice. Que parece exagero nominá-lo como líder supremo da Igreja Católica. Com ele, o Catolicismo assumiu uma nova feição e a igreja afeiçoou-se aos pequenos.

Papa Francisco abriu mão de tudo que a Igreja lhe ofereceu no campo da riqueza, do luxo e do conforto. Um exemplo prático de como a igreja deve caminhar e de qual o verdadeiro papel da religião.

Desapegado das virtudes, mas apegado a verdades. Sem apego ao poder, mas com o poder de liderar pelo amor. Nunca alguém encarnou com tanta coragem os princípios cristãos. E por comungar tanto desse pensamento, nos relembrou, como disse, São Francisco de Assis, que “o amor não é amado”. Santa coincidência!!!

Foi demasiado humano, mas necessariamente santo. Porque fez das dores dos outros, as suas. Atraiu para si o ódio dos que não toleram os diferentes e indiferente aos ataques, seguiu sua caminhada em defesa dos pequenos, dos excluídos, dos marginalizados. Com o fez, há mais de 2 mil anos, o próprio Cristo.

Chamado de comunista, herege e marxista, não revidou aos que o atacaram. Muitos sequer sabiam o que faziam, afinal, o bem comum foi sempre o que o Salvador pregou. E ninguém fez do legado de Jesus uma trajetória cristã tão profícua quanto o Papa Francisco.

Papa da periferia, Francisco fez da simplicidade sua grande aliada. E com ela, aliou-se aos que sofrem, choram e sonham com o mundo igual para todos. Foi em nome dessa igualdade que abençoou pobres, homoafetivos e mulheres. Sem temer a ninguém, mesmo sabendo que desagradaria a tantos. Mas o fez com a coragem que somente o amor é capaz de gerar.

Em suas palavras, gestos e atitudes, Papa Francisco fez do seu pontificado um chamado a uma obviedade: Cristo nasceu pobre e periférico. Como tantos cujas vidas as guerras ceifam. Como muitos que os tomado de ódio ignoram.

Papa Francisco fez muito. Sem pompa e sem alarde. E com respeito a quem tanto nos dá: a mãe Terra. Para o santo padre, cuidar do planeta era um ato litúrgico.

Choramos a perda do homem e celebramos a assunção de um santo.

* Professor e jornalista

Publicidade

Postagens relacionadas

Deixe um comentário

* Ao usar este formulário, você concorda com o armazenamento e o manuseio dos seus dados por este site.

Este site usa cookies para melhorar sua experiência. Assumiremos que você está ok com isso, mas você pode optar por não participar se desejar. Aceitar Leia mais