A questão já domina as rodas políticas e é motivo de quase todas as conversas na Secretaria Municipal de Saúde (SMS): o engenheiro Almir Mariano está com os dias contados no cargo. Há pouco mais de seis meses como secretário, Mariano luta para fugir das pressões, mas tem sido difícil, mesmo sendo ele um homem de grande confiança do prefeito Allyson Bezerra (União Brasil).
A SMS tem a maior parte do orçamento da prefeitura, e isso tem atraído olhares gulosos. Além disso, trata-se de uma pasta com grande potencial eleitoreiro (os vereadores Thiago Marques e João Marcelo sabem bem disso).
O titular da SMS, seja quem for, precisa se equilibrar entre 4 vontades, às vezes antagônicas: a dele própria, do prefeito, a dos vereadores e da cooperativa que manda no sistema de saúde da cidade.
Segundo o jornalista Bruno Barreto, Allyson já tem o nome da substituta de Almir Mariano. Quem o sucederá no cargo será Egislândia Maria Silva Oliveira, diretora executiva da Secretaria de Saúde. Essa diretoria foi ocupada pelo atual vice-prefeito Marcos Medeiros (PSD), que exercia a função de ser os olhos do prefeito enquanto a pasta era comandada pela enfermeira Morgana Dantas.
A substituição de Mariano é uma das estratégias utilizadas por Allyson Bezerra para tentar abafar o mais recente escândalo na Saúde: a não realização de exames pelas Unidades de Pronto Atendimento (UPA).
A revelação de que as UPA´s não tem equipamentos próprios para realização de exames confirma a privatização do setor pela gestão Allyson Bezerra. Além desses exames serem feitos por empresa privada, os exames no PAM do Bom Jardim também foram privatizados. Some-se a isso os serviços médicos executados pela Sama, e a substituição de servidores efeitos por funcionários de empresas contratadas pelo município. Essa privatização eleva o custo dos serviços e precariza o atendimento aos usuários.