* Márcio Alexandre
Durante muito tempo, principalmente entre os que compõem a camada mais simples da população, convencionou-se chamar de “jardineira” os túmulos feitos sobre as sepulturas de crianças.
Essas construções, simples, tinham quase sempre o mesmo padrão edílico. Em tamanho, forma e, principalmente, cor. Sempre pintadas de azul. Predominantemente. Em pequenos espaços, o branco para aliviar a força monocromática.
Mossoró está sendo transformada, pela atual gestão municipal, numa “jardineira”, uma cidade-jazigo. Por aqui, tudo está sendo pintado de azul, a cor-partido do prefeito do município.
Quase todos os órgãos públicos locais estão azulados. A prefeitura nem se fala. Os equipamentos públicos, então. O cemitério está azulado. Virou túmulo por fora e por dentro.
As partes do estádio Nogueirão que ainda não foram destruídas pela gestão receberam o “azul-jardineira”. As destroçadas baulastradas das pontes Jerônimo Rosado e Castelo Branco estão alviazulinas. Tudo no mesmo tom das jardineiras-túmulos.
A mente doentia de quem determina as coisas na cidade não deixou nada incólume. Psicopata perde. Tudo está aos pedaços, mas a pintura está em dia. Para reforçar a dominação. Para ninguém esquecer quem manda.
O azul, que a cromoterapia define como cor tranquilizante, é usada por essas bandas para simbolizar nossa incapacidade de nos indignar. Nossa completa apatia para aceitar todos os desmandos. Concordar com todas irregularidades. Normalizar todas as suspeitas de corrupção. Não é sem razão que estamos virando uma cidade-jazigo.
* Profesor e jornalista
Quantas verdades! Mente doentia que não tem noção do estrago que tá causando à nossa querida Mossoró-RN. Interessante que não tem justiça para cessar , tanto desmantelo.
Azul e a cor da nossa bandeira por isso os azul e banco mas infelizmente o povo não sabe e vão falar que é propaganda política