Parece que acabou a “lua de mel” do prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) com a tranquilidade. A outrora “calmaria” da gestão, conquistada com mão de ferro, está dando lugar a situações mais ácidas e relações mais ásperas, exigindo um novo olhar e, sobretudo, uma nova postura do gestor.

Amparado por uma boa aprovação popular e, especialmente, colocando nos outros a culpa pelos erros, a gestão Allyson passou mais de um ano surfando em céu de brigadeiro. Contribuiu para isso a subserviência canina de grande parte dos vereadores que compõem a atual legislatura.

Allyson, no entanto, passou a agir com soberba desmedida, com vaidade excessiva, com petulância irrefreada. Dessa forma, começaram a surgir, mesmo no seio governista, pequenas, mas preocupantes insatisfações. E começaram as baixas na base de apoio. Com bancada numerosa, Allyson não abriu mão do narcisismo, do orgulho e do atrevimento.

Esqueceu Allyson, porém, que ao mesmo tempo em que agia assim deixava claro que não mudaria seu modus operandi. Com isso, exigiu daqueles com quem trava embates uma mudança de postura na forma de tratar com o prefeito. Com relação aos vereadores, a tática deles é discordar sem sair. Criticar com sutileza. Ser oposição sem deixar de ser governo. E, sobretudo, fazer isso de forma articulada e em grupo.

Os primeiros sinais foram sendo dados, mas Allyson preferiu ignorá-los. Agora, há 6 votos de sua base exigindo “diálogo e respeito”, atributos que nunca foram o forte do prefeito. Só para citar um exemplo, o gestor exonerou os cargos comissionados de todos os vereadores – sob pretexto de uma tal reforma administrativa – e esperou que os parlamentares rastejassem a seus pés para que as portarias fossem renovadas. Desrespeito maior não se viu até hoje.

Partindo para a seara administrativa, são volumosos os relatos de falta de respeito com os servidores, de cassação dos seus direitos, de desvalorização e, especialmente, de perseguição. Os trabalhadores começaram a reagir.

Ontem, os servidores da saúde fizeram protesto em frente ao Palácio da Resistência pedindo diálogo para apresentação das suas demandas e respeito aos seus direitos. Daqui a pouco, serão os profissionais da educação que também estarão realizando suas manifestações em busca de seus direitos legalmente estabelecidos, como o reajuste do piso.

Para contornar tais problemas, oferecendo soluções às demandas, será necessário uma mudança de postura de Allyson. Mesmo que continue onipresente nas redes sociais tentando vender suas narrativa de que tudo está às mil maravilhas, o prefeito terá que conciliar o seu palanque eleitoral digital com a necessidade de governar.  Como diria o famoso jornalista Carlos Cereto: “acabou a brincadeira”.

 

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