Ugmar Nogueira
As eleiões de 2018 foram um divisor – para ruim, registre-se – na história da democracia brasileira. Pela primeira vez a mentira teve um papel decisivo na escolha do principal representante do país. As notícias falsas, lamentavelmente, tiveram peso fundamental para o vitorioso daquele pleito.
Kit gay, mamadeira de órgão genital masculino, banheiro unissex em escolas e outras barbaridades foram repassadas em larga escala em grupos de whatsapp e chegaram inclusive a ser endossadas por parte da imprensa aliada com a extrema direita.
Tentando combater esses absurdos, a Justiça Eleitoral, através do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) já aprovou as regras que regerão o pleito desse ano e, uma das principais orientações é para que partidos, federações e candidatos, evitem fazer uso do fake. A regulamentação do uso da Intreligência Artificial (IA) dá o tom das normas. Não vai ser fácil para a Justiça Eleitoral combater os abusos. E Mossoró é um exemplo disso.
A denúncia feita pela ex-prefeita Rosalba Ciarlini (PP) de que criaram um perfil fake dela no instagram e no qual se falava sobre articulações políticas é um caso grave que deve ser investigado com seriedade, revelado os autores do crime e que este (ou estes) seja(m) punido(s) com os rigores da lei.
É o primeiro passo para impedir que as próximas eleições sejam definidas num universo paralelo, em que gente com poder, onipresença midiática e com aparelhamento das instituições se beneficiem de meias verdades, de notícias de duplo sentido, de postagens maliciosas, de comentários maledicentes. Enfim, do poderio que tem em mãos pelos espaços que ocupam.
Que o Tribunal Regional Eleitoral (TRE) e os Cartórios Eleitorais de Mossoró estejam atentos. Já tem gente dando demonstração de que vai jogar o jogo sujo que o submundo da tecnologia digital oferece.
