* Márcio Alexandre

O jornalista Vonúvio Praxedes, um dos mais corteses e competentes da área, foi gratuitamente agredido pelo vereador Raério Araújo (PSD).
O crime? Ter noticiado um gesto indelicado – mais um – praticado pelo parlamentar contra um colega daquela Casa.
Vonúvio noticiou, como fato público que merece relevo, que Raério foi grosseiro, rude e pouco generoso com um vereador que fazia uso da palavra. Generosidade, já se sabe, não é o forte do edil, mas grosseria e rudez não devem ser cartões-postais de homens públicos.
Governista hoje, Raério não aceita que se faça críticas à atual gestão. Ele se sente agredido, atacado, vilipendiado, desrespeitado, diminuído, quando se diz qualquer coisa que não agrade ao gestor municipal de agora.
Tudo o que Raério fazia quando a prefeita era Rosalba Ciarlini, ele não quer que ninguém faça nem 5%, hoje, que o prefeito é quem é.
E ninguém está fazendo grave denúncia. De casos, por exemplo, em que vereador tem parentes ocupando cargos na prefeitura. Ou fatos em que um secretário é casado com a filha de um outro parlamentar. Esse tipo de situação comum em vários cantos desse país. Mesmo que a lei proíba em algumas situações e a ética pública condene em outras. Nada disso.
Mas Raério se doeu e reagiu machucando. Maltratando com palavras. Ameaçando com os olhos. Intimidando com os gestos. Como o faz sempre que é contrariado.
Mas afinal de contas, o que quer Raério? Uma imprensa cúmplice do erro? Um jornalismo complacente com a barbárie?
O vereador parece querer o corporativo fétido que somente o compadrio político pouco republicano é capaz de gestar.
O amordaçamento dos que devem incomodar. O silêncio de quem precisa criticar. O amedrontamento de quem não deve calar.
Lamentável que o vereador aja sempre tão grosseiramente contra qualquer um que ouse dizer o que precisa ser dito. E que esteja sempre produzindo polêmicas desnecessárias, fazendo ameaças veladas. Sempre achando que o errado é o outro.
Como homem público, Ráerio não ter a ombridade de reconhecer quando erra. Como pessoa, não tem a grandeza de pedir perdão.
Com sua postura coronelesca, assusta os que agora critica e busca colocar medo em quem ainda não se sentiu assustado. Dessa forma, poderá passar para a história como o parlamentar mais abjeto que a Câmara Municipal de Mossoró já teve. Mesmo que não reconheça, o que Ráerio faz o credencia a escrever com as tintas da truculência sua trajetória naquela Casa do Povo.
O político brasileiro Barão de Itararé asseverou certa vez que “o tambor faz muito barulho, mas é vazio por dentro”. Há barulhentos que incomodam. Sobretudo aqueles que estão tomados pelo ódio. Principalmente nesses tempos em que empoderaram os imbecis.
Fica aqui o espaço para que o vereador apresente um breve balanço de sua atuação parlamentar. Que enumere os projetos que apresentou, as ações de desenvolveu, os debates que propôs. Qual é, portanto, a contrapartida que o vereador ofereceu ao povo, até agora, enquanto ocupante de cargo público eletivo pago pela população.
Nossa irrestrita solidariedade ao colega Vonúvio Praxedes e a todos os outros que já foram vitimados pela metralhadora de cólera de Raério. E nosso desejo de que o nobre parlamentar descubra qual o verdadeiro papel de um legislador. Se já o sabe, que passe a exercê-lo.

 

* Jornalista

 

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