* Márcio Alexandre

Lutar nunca foi fácil. É necessidade. Resistir nunca foi opção. É exigência. É assim a rotina dos que não se dobram aos ditames de quem tiraniza e aos caprichos de quem aceita ser cúmplice na tirania.
Em dado momento histórico e em determinado espaço geográfico, lutar e resistir se apresentam ainda mais imperativos.
Em certas gestões gestadas sob o domínio do autoritarismo, estar na luta e seguir resistindo implica correr riscos ainda maiores. Porque em regimes totalitários, o tempo-espaço pra respirar quase não existe.
Em tempos hodiernos, vigiar e punir nunca estiveram tão em evidência. Pelo deleite de punir, a vigilância sobre quem trabalha virou regra.
Se há quem trabalhe aos sábados, manda-se gestapianos travestidos de dirigentes para vigiar. Saber se o profissional foi. Especular se o trabalho está sendo feito. E fazer de conta que a visita é pedagógica.

Em nome de todo esse absurdo, absurdamente coloca-se em risco a cátedra de quem ensina. A liberdade de quem educa. E, principalmente, a educação de quem deveria dar exemplo.
Não se visita, se invade. Não se pergunta, se inquire. Não se avalia, se julga.

O local do exercício laboral virou um panóptico. A paranoia dos que tem poder querendo paralisar quem ainda não tem medo de ser o vigiado da vez. Tudo para melhorar, justificam.

Nunca se fez tanto o mal em nome do bem como nos tempos atuais. Nunca se fingiu tanta bondade pra machucar como hoje em dia. Nunca se deu tantos “recados ” como ultimamente.

Aos que não aceitam certas condições, o caminho é o da exclusão. O banimento virou peça de punição nesse teatro de horrores que se vive.
Não há sequer disfarce. Sequer se finge que não há vetos. O que fazem pra agradar ao ditador da vez é quase inominável.

No fim, perdem todos.

*Professor e jornalista

 

 

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