The new prison with its circular cell layout and the central guard tower at Stateville Correctional Center follows the panopticon design by British philosopher and prison reformer Jeremy Bentham, Crest Hill, Illinois, April 7, 1928. (Photo by Underwood Archives/Getty Images)

Por quem se dobram os cínicos

por Ugmar Nogueira
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Reiniciar

* Márcio Alexandre

Lutar nunca foi fácil. É necessidade. Resistir nunca foi opção. É exigência. É assim a rotina dos que não se dobram aos ditames de quem tiraniza e aos caprichos de quem aceita ser cúmplice na tirania.
Em dado momento histórico e em determinado espaço geográfico, lutar e resistir se apresentam ainda mais imperativos.
Em certas gestões gestadas sob o domínio do autoritarismo, estar na luta e seguir resistindo implica correr riscos ainda maiores. Porque em regimes totalitários, o tempo-espaço pra respirar quase não existe.
Em tempos hodiernos, vigiar e punir nunca estiveram tão em evidência. Pelo deleite de punir, a vigilância sobre quem trabalha virou regra.
Se há quem trabalhe aos sábados, manda-se gestapianos travestidos de dirigentes para vigiar. Saber se o profissional foi. Especular se o trabalho está sendo feito. E fazer de conta que a visita é pedagógica.

Em nome de todo esse absurdo, absurdamente coloca-se em risco a cátedra de quem ensina. A liberdade de quem educa. E, principalmente, a educação de quem deveria dar exemplo.
Não se visita, se invade. Não se pergunta, se inquire. Não se avalia, se julga.

O local do exercício laboral virou um panóptico. A paranoia dos que tem poder querendo paralisar quem ainda não tem medo de ser o vigiado da vez. Tudo para melhorar, justificam.

Nunca se fez tanto o mal em nome do bem como nos tempos atuais. Nunca se fingiu tanta bondade pra machucar como hoje em dia. Nunca se deu tantos “recados ” como ultimamente.

Aos que não aceitam certas condições, o caminho é o da exclusão. O banimento virou peça de punição nesse teatro de horrores que se vive.
Não há sequer disfarce. Sequer se finge que não há vetos. O que fazem pra agradar ao ditador da vez é quase inominável.

No fim, perdem todos.

*Professor e jornalista

 

 

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