A campanha à reeleição do presidente Bolsonaro (PL) escolheu, desde o início, a estética do absurdo. E faz tempo que absurdamente o presidente está em campanha. Uma pesquisa simples em qualquer buscador da internet traz as barbaridades ditas, feitas e propagadas pelo capitão. Sempre com a intenção de potencializar seu nome junto seu público. Bovinamente fiel.
Mas, apesar de conseguir aprovar medidas eleitoreiras, de usar o dinheiro público para a compra de votos, de censurar órgãos de imprensa, de posar com sonegadores de impostos, de anunciar apoio de devedores da Receita Federal, de ameaçar as instituições, dos atentados (à democracia, à inteligência) e à construção de narrativas pró-golpe, de realizar superlives e de ter empresários assediando eleitores, Bolsonaro não cresce nas pesquisas.
A alternativa que resta agora é desacreditar as eleições. Depois, claro, de tentar, sem sucesso, desacreditar o sistema eleitoral. O intuito agora é dizer que foi “roubado” seu tempo de rádio e TV. E o faz de forma perigosa, criminosa e ridícula. Mas cumpre seu papel. Ridícula porque quer fazer crer que houve favorecimento dos Tribunais Regionais Eleitorais (TRE´s) e das emissoras de transmissão da propaganda eleitoral em favor do ex-presidente Lula. Mais ridícula ainda porque deixa subentendido que o ex-presidente seria dono ou controlador das tais rádios e TV´s.
Criminosa porque faz uso da estrutura pública para sua campanha. Foi o ministro da Comunicação, potiguar Fábio Faria (foto) o responsável por convocar os órgãos de imprensa para “anunciar algo grave”. No final, Faria foi mensageiro de uma pachouchada. Incrível que um ministro se preste a um papel tão ridículo. Envergonhou os potiguares – de novo – e diminuiu o cargo – mais uma vez.
Perigosa porque infla uma horda de correligionários ensandecidos. Pessoas com muito sangue nos olhos e pouco raciocínio lógico. Com as bocas cheias de ódio. Com discursos bélicos na ponta da língua. Com a língua afiada para desancar qualquer um que discorde de qualquer coisa que o capitão faça, diga ou propague. Por mais absurdas que sejam.
Apesar de todo o burlesco que envolve a nova, arriscada e criminosa estratégia, ela vem cumprindo com seus objetivos, principalmente o de mobilizar a máquina de cólera, mentiras e agressões que o Gabinete do Ódio opera com competência e eficiência. Por aqui, já tem deputado federal repercutindo a cantilena raivosa, broca e bandoleira de que o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) está agindo a favor do adversário do capitão. Nunca algo ridículo foi tão perigoso. E criminoso.
