O vereador Wiginis do Gás (União Brasil) foi mais um a ser desalojado do ninho governista. Não foi o primeiro. Nem será o último. Também não foi sem aviso. Ele sabia – ou deveria saber – que nenhum esforço que faça para agradar ao prefeito mandão será suficiente para aplacar a ira quando aquele for contrariado. A vaidade doentia do prefeito não permite que ele próprio avalie seus atos.
Wiginis defendeu como poucos – e sem noção – um governo ruim, centralizador, personalista, enganador e falso. Chegou, inclusive, a tripudiar dos outros para agradar a Allyson. Debochou de tantos por se achar parte do governo. Era apenas mais um sendo usado.
Como o prefeito acha que não precisa mais dele, Wiginis foi expulso, chutado, escorraçado, descartado, expurgado. Virou um proscrito. Uma secreção a ser excretada. Pústula a ser evitada.
Wiginis não foi apenas descartado. Foi eliminado, excluído, banido. Expelido, como são os organismos inconvenientes. As substâncias indesejadas. Os resíduos não aproveitados. Os dejetos indesejados.
Triste, mas esperado fim. Previsível desfecho. Uma tragédia da nossa política tratada como comédia da vida pública.
Wiginis parece que não entendeu. Finge que não foi evacuado. Afirma que agora é independente. A declaração só serve para mostrar que o vereador, assim como muitos da bancada governista, não tem vontade própria. Assim como Wiginis, outros também serão expelidos, desterrados, eliminados, afastados.
O achincalhe público a que foi submetido parece não ter sido suficiente para Wiginis passar, de fato, a ser oposicionista. Dizer-se independente soa como alguém que voltará ao primeiro sinal do tilintar de trinta moedas.

