* Márcio Alexandre
Uma confraria. Como nos velhos tempos. Com gente madura, mas também com jovens. Se reunindo todos os domingos. Num desses bares-restaurantes de periferia. É nesses locais que o gole desce como poesia.
É um que pede a cerveja. Outro que quer uma cachacinha. E há até quem tome apenas café. Cada um pagando seu próprio consumo. Todos marcando na própria memória o que consumiu. Vez por outra, até o dono do espaço toma uma. Nesses lugares, não há hierarquia. A alegria não obedece a regras.
Uma grande confraria não tem glamour, tem verdade. Não tem luxo, tem simplicidade.
Não tem conforto, tem conversa. Piada e pilhéria. Contos e causos.
Numa boa confraria, alguns não bebem, mas todos se divertem.
Tem sobretudo companheirismo, amizade e união. É nelas que se fala de tudo e ninguém discute por nada. Porque a vontade de estar junto é maior do que o desejo de ter razão.
* Professor e jornalista