* Márcio Alexandre
A Ciência estima que uma pessoa se relaciona, de forma mais próxima, com cerca de 400 pessoas ao longo de toda a sua vida. Pelas idas e vindas que o viver significa, sempre estamos mais próximos ou mais distantes dessa ou daquela pessoa.
Por mais que a “vida seja a arte do encontro”, como dizia o poetinha, o desencontro parece ser nossa marca mais forte.
Quem ainda mantém contato com os primeiros amigos? Ou colegas? Aqueles da primeira sala de aula. Ou da formatura. Pelo menos ainda lembramos os nomes? De quantos? De quais?
Onde eram as primeiras conversas fora da escola? Quais eram os temas mais recorrentes?
Nos últimos anos, reconheçamos, os nomes não remetem mais às pessoas. Quanta gente mudou. Como as atitudes mudaram. Como o ódio alterou os gestos. Como a conquista catequisadora colonialista religiosa alterou as emoções.
Há quem ainda mantenha proximidade com esse tipo de pessoa, por maior que seja o risco. Por mais insalubre que seja. Por mais desagradável que tenha se tornado.
A vida nos dá corda para que vivamos as mais diferentes relações. Mas quem decide o tipo de laço que nos prende a quem quer que seja somos nós.
* Professor e jornalista