O prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade), ególatra que só ele, está sendo obrigado a se render às evidências. Após errar nas escolhas políticas, está se dando conta de que está sozinho.
Isolado e oportunista, finalmente se vê obrigado a fazer o que o cargo exige e que deveria estar fazendo desde que assumiu a prefeitura, em primeiro de janeiro de 2021: ter relações institucionais.
Quando o bolsonarismo estava em alta, e Allyson contava em seu redor com o ex-ministro Rogério Marinho (PL), o deputado estadual Kelps Lima (Solidariedade), além de outros nomes desse grupo político, o prefeito de Mossoró ignorou tudo e todos. Allyson ignorou até mesmo a Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN).
A partir de primeiro de janeiro de 2023, o Isolamento de Allyson se consolida. Bolsonaro não será mais presidente, Kelps não se elegeu e o prefeito não teve forças para eleger seus candidatos preferenciais: Jadson Clayton (deputado estadual) e Lawrence Amorim ( deputado federal). Além disso, Fábio Dantas (Solidariedade), candidato a governador, teve votação pífia em Mossoró. Sobrou Rogério Marinho (PL), que se elegeu senador, mas não tem dado muita bola para o prefeito mossoroense.
Por tudo isso, Allyson está engolindo o orgulho e tendo que se aproximar de quem tanto ignorou: a governadora Fátima Bezerra (PT).
A chefe do Executivo estadual, ciente da importância do cargo, e com a grandeza que Allyson nunca demonstrou ter, segue convidando o prefeito de Mossoró para atos administrativos importantes, mesmo que o prefeito tenha dado mostras de não merecer as deferências. Agora, começa a aceitar os convites. As evidências mostram que ter a postura de agora soa como puro oportunismo.
Oportunismo
No mês de junho, a Igreja Católica celebra a festa de três grandes santos: Santo Antônio (dia 13), São João Batista (dia 24) e São Pedro (dia 29). Essas festividades, trazidas para o Brasil pelos colonizadores portugueses, ficaram popularmente conhecidas como Festas Juninas.
Há 25 anos Mossoró resolveu contar um pouco dos seus momentos históricos em um evento chamado “Mossoró Cidade Junina”. Em resumo: temos uma mesma história sempre contada de forma diferente. No próximo ano, se o diretor de ornamentação da festa ou até mesmo quem for dirigir o espetáculo Chuva de Bala quiser incrementar, incluindo um fato novo, há muitos acontecimentos vividos neste cidade junina de 2022 passíveis de adaptação para a festa cênica. A maioria desses fatos, protagonizados pelo prefeito Alysson Bezerra (Solidariedade).
Nem o mais progressista dos evangélicos imaginaria, preveria ou cogitaria que o prefeito da cidade, evangélico desde dos seus 14 anos, vestiria camisa xadrez, colocaria chapéu de palha na cabeça e, heresia das heresias, dançaria um xote ao som de Bel Marques. Inclusive simulando tocar um pandeiro.
Para completar o cenário de “desvio de conduta religiosa”, para usar uma expressão comum em algumas denominações, na apresentação de Júnior Viana o prefeito fez discurso logo após o cantor cantar a música “Bote bebida pro vaqueiro”, em cuja letra o cantor cearense estimula o uso da bebida, da sedução e, pasmem, do sexo.
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As novidades não param por aí. O prefeito tem sido figura sempre presente nos camarotes das grandes empresas da cidade, além de fazer discursos em todos os grandes shows que aconteceram no palco principal do evento. Claro proselitismo político em festa bancada com dinheiro público. Com, claro, o cometimento de alguns pecados. “Misericórdia”, devem estar dizendo, com assombro e vergonha, alguns irmãos.
A postura de Allyson chama a atenção porque a sua presença no Mossoró Cidade Junina é bem mais recorrente do que faziam gestores anteriores. Não é exagero afirmar que no discurso religioso do gestor, “Mossoró Cidade Junina é uma festa do mundo”. O leitor sabe bem o que essa expressão quer dizer. Sabe o quanto ela é presente em determinados templos.
Depois da temporada junina, não se sabe qual será a tática do prefeito para o seu divino retorno ao mundo dos evangélicos, que não estão acostumados em vê irmãos adorando santos, assim como o fez o prefeito, que ficou de joelhos aos pés de São João Batista e seus convidados.
Resta saber a quem o prefeito vai pedir para interceder em seu favor na hora de pedir desculpas ou perdão pelo claro desreespeito aos dogmas da religião que pratica. Os evangélicos, em sua maioria, não prestam o culto ou a adoração a Maria ou outros santos que foram canonizados pela Igreja Católica ao longo da história. É assim o seu credo. É assim a sua prática religiosa. E assim deve ser respeitada por todos. Inclusive pelo prefeito, que é um evangélico.
Estamos na última semana de shows, coincidentemente, uma das mais caras do evento. Nesse final de semana derradeiro, vamos ter Toca do Vale, Fagner, Alceu Valença e Bartô Galeno, além de várias outras atrações. A pergunta que o povo faz nas ruas da cidade é se o prefeito vai deixar Bartô cantar a música “Saudade de rosa”. No que diz direito às pessoas se divertirem no MCJ sem serem importunadas com a quase onipresença de gestor oportunista, a Rosa deixou saudade.
Nosso e-mail: redacaobocadanoite@gmail.com

Oportunista, deselegante e desonesta. Assim tem sido encarada a postura do prefeito de Mossoró, Allyson Bezerra (Solidariedade) em relação à conquista pela Universidade do Estado do Rio Grande do Norte (UERN) de sua autonomia financeira.
Em suas contas nas redes sociais, o prefeito celebra o feito, parabeniza a gestão da universidade e os deputados estaduais, mas “esquece” da principal personagem de todo o processo: a governadora Fátima Bezerra (PT).
Embora não sejam adversários diretos, Allyson preferiu destilar sua pequenez de espírito, seu narcisismo exacerbado e sua completa incapacidade de aceitar os acertos dos outros.
Na Assembleia Legislativa, até mesmo adversários políticos históricos de Fátima, como os deputados Getúlio Rêgo (DEM) e Raimundo Fernandes (PSDB) reconheceram o grande feito da governadora. Hombridade, altivez e honradez que faltaram a Allyson.
Numa de suas contas, o prefeito é lembrado por internautas que sem a atuação da governadora Fátima Bezerra não haveria como a universidade ter almejado tamanho benefício.
Outros pediram ao prefeito que tivesse o mesmo gesto de grandeza e instituísse a eleição direta para gestores escolares da rede municipal de ensino, projeto engavetado pelo chefe do Executivo mossoroense. O Blog Na Boca da Noite lembra ao prefeito que na gestão do seu aliado Robinson Bezerra (PSD) o projeto era de privatizar a universidade.
Na publicação, em que aparece vestindo uma camisa com o nome “UERN”, o prefeito só interagiu com aqueles que aqueles que concordaram com seu ponto de vista. Muitos dos que o elogiaram integram o governo Allyson.
Uma internauta lembrou que a postagem do prefeito pode passar para os desavisados a impressão de que a autonomia da UERN é uma ação do prefeito Allyson.
“Parabéns a Governadora @fatimabezerra13 pelo projeto da Autonomia Financeira da UERN, luta de anos dos professores daquela instituição!! @prefeito_allyson faltou o senhor esclarecer na sua postagem esse detalhe. A postagem leva ao engano dos desavisados achando q é uma conquista sua quando não é!! Foi uma longa e histórica luta, então se faz necessário dá os louros da vitória a quem realmente os merece”, escreveu a internauta.
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