O prefeito de Sorocaba, Rodrigo Manga (Republicanos), foi afastado do cargo nesta quinta-feira (6) por determinação da Justiça Federal, após pedido da Polícia Federal (PF). A medida integra uma operação que investiga supostas irregularidades em contratos públicos da área da saúde do município, informa o g1.
A ação faz parte da operação “Copia e Cola”, que mira um esquema de desvio de recursos por meio de organizações sociais (OS) contratadas pela prefeitura. Além do afastamento de Manga, duas pessoas foram presas, entre elas o empresário Marco Silva Mott, apontado como lobista e suspeito de envolvimento em lavagem de dinheiro. A Câmara Municipal já foi notificada sobre a decisão.
Reação do prefeito afastado – Durante agenda em Brasília, Rodrigo Manga se manifestou em suas redes sociais sobre a decisão judicial. “Acredite se quiser, me afastaram do cargo de prefeito. Eu aqui em Brasília, ontem eu fui em frente o Palácio da Justiça, falei que tem que colocar o Exército na rua, rodei o congresso, os deputados me receberam super bem, falando: ‘Manga, cuidado, está aparecendo muito, estão tentando aí’. O que a gente ouve de bastidores é que os caras tentam tirar do jogo qualquer um que ameaça a candidatura deles e você tem sido uma ameaça, tanto na questão do Senado, como em outros cargos. Gente, não deu outra”, afirmou o prefeito em vídeo publicado em suas redes.
Defesa do empresário preso – Em nota, a defesa de Marco Silva Mott contestou a prisão e classificou a decisão como precipitada. “A defesa irá esclarecer os equívocos. Além disso, trata-se de medida desnecessária, pois, nosso cliente sempre esteve à disposição das autoridades e já prestou esclarecimentos iniciais. Desse modo, traremos esses pontos ao tribunal que poderá compreender melhor os fatos”.
Detalhes da operação “Copia e Cola” – Segundo a Polícia Federal, foram cumpridos sete mandados de busca e apreensão e dois de prisão preventiva, expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Além disso, foram impostas medidas cautelares, como a suspensão do exercício da função pública por parte do prefeito e a proibição de contato com determinados investigados.
A Justiça determinou ainda o sequestro e a indisponibilidade de bens de alguns dos suspeitos, totalizando cerca de R$ 6,5 milhões. A nova fase da operação decorre de análises realizadas a partir da primeira etapa da “Copia e Cola”, deflagrada em abril deste ano, que buscava desarticular uma organização suspeita de desviar verbas públicas destinadas à saúde por meio de contratos superfaturados com organizações sociais.
A investigação continua sob sigilo judicial, e os agentes da PF seguem apurando o envolvimento de novas pessoas e empresas no esquema que teria movimentado milhões de reais em contratos públicos.

