Mossoró está virando uma cidade sem alma. Um município tons pastéis. Sem vibração, sem ânimo, desprovida de vontade. Acomodada, parada, rendida. Vendida a uma religião, em nome da qual perseguem e roubam. Talvez daqui a pouco até matem. Pessoas. Pensamento, reflexão e cultura já jazem no caixão da insignificância.
Atualmente, por aqui, quase tudo e feito sob a ótica da breguice que domina determinadas crenças. Dá enfadonha ladainha catequizante, porque é eliminando a cultura que se domina mais fácil, e se convence que ser roubado é bom. De que ter saúde caótica é legal. De que educação é bom no frio, mas sem professor, merenda e debate.
De que não vale mais a diversidade. De que a verdade é apenas a que repousa há séculos em um único livro visto como inalcançável a críticas. Nada mais demodê.
Caminhamos para se consolidar como uma cidade teocrática e, claro, ditatorial. Por aqui, nada pode ser questionado e tudo mundo reclama, mas ninguém tem coragem de ir a público dizer porque está reclamando. Alguns por medo. Outros por deverem favores à gestão. Quase todos se calam por causa de uma portaria ou de um emprego terceirizado, mesmo que receba atrasado e receba horas extras em humilhação.
Triste fim da cidade que sempre se vangloriou de ser a Terra da Resistência.