São Paulo - Tutores com cães no Parcão, espaço exclusivo para cachorros, na Praça Ayrton Senna do Brasil.

Tratando animais como gente e nos tratando como animais

por Ugmar Nogueira
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Há alguns poucos anos, parece que a maioria das lógicas que regem a lógica das coisas está invertida. Sobretudo no Brasil. Por aqui, vacina passou a ser mal-vista e remédios ineficazes são aplaudidos se prescritos para doenças para as quais não faz efeito.

Nessas plagas, os que se beneficiam da democracia financiam atos antidemocráticos. Experiências exitosas e seguras, como urnas eletrônicas, são questionadas em nome da volta de cédulas de papel (passaporte para fraudes – episódios de triste memória).

Nessa ordem distópica, mais um evento reafirma a falta de lógica que parece nos guiar. Mossoró dá um exemplo disso. Por aqui, a vacinação antirrábica para cães e gatos chegou a elogiáveis 90% dos animais pretendidos. Para raiva de autoridades sanitárias, a imunização de crianças contra a poliomielite ficou em pouco mais de 60%.

Talvez foi possível dizer que há uma inversão de prioridades. Poderia soar como exagero porque os animais merecem e devem também ser imunizados. Inclusive porque a raiva animal é uma ameaça aos humanos.

A baixa cobertura vacinal de crianças é reflexo, registre-se – mais uma vez – desses movimentos que, na falta de pauta positiva, querem desconstruir as pautas imprescindíveis. A importância da imunização é uma dessas agendas que os extremistas adoram atacar. A situação que temos, Mossoró servindo de espelho – é quase uma constatação de que passamos a tratar animais como gente, e nos tratando como animais.

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