A política parece ter virado uma arena. Se antes a crítica geral era de que essa seara se equiparava a um circo, quem assim o classificou deve estar arrependido até hoje. Embora essa denominação fosse empregada com aspecto pejorativo, com claro prejuízo aos profissionais circenses, talvez manter essa perspectiva fosse menos prejudicial a todos. Até as trupes da arte mambembe.

É que agora, lamentavelmente, uma parcela considerável daqueles que foram eleitos para ser exemplo, se acostumou a, miseravelmente, emporcalhar os espaços que estão ocupando graças à confiança do povo.

Da Presidência da República às Câmaras Municipais dos mais longínquos municípios há, infelizmente, esse tipo de mau exemplo. Gente que deveria se orgulhar da posição que ocupa, mas que faz dela motivo de vergonha.

Pessoas que deveriam usar o cargo – bancado com dinheiro público – para construir paz, harmonia e união, agindo frontalmente contrário a tudo isso. Perceberam que alguns consumem esse tipo de absurdo e, absurdamente, seguem produzindo-o. O ódio virou matéria-prima de canalhas. E de canalhas engravatados. Canalhas engravatados ocupando cargos públicos pagos com nosso dinheiro.

Não precisa mais ter plataforma. Não há porque apresentar proposta. Não necessita se comportar como gente. Basta agredir minorias. Achincalhar com o poder que integra. Assacar contra colegas de plenário. Insinuar ameaças. Ameaçar com insinuações. E, claro, propagar ódio.

O Rio Grande do Norte, lamentavelmente, tem um caso desses. E logo na Assembleia Legislativa. Um deputado, vejam só, do Partido Solidariedade. O suplente de Kelps Lima, a quem gentilmente ele cedeu a cadeira, é um hater. Em Português claro: um disseminador de ódio. Um propagador do caos. Um criminoso em série.

Sim: Michael Diniz atacou a comunidade LGBTQIA+, cometendo, assim, crime de LGBTfobia. Fez pose (foto principal) em frente ao gabinete de uma colega de parlamento fazendo sinal de arminha: crime de ameaça, de incitação à violência. No mínimo, quebra de decoro.

Absurdo e perigoso que se tenha, mais um, deputado com postura tão bárbara, com gestos e palavras tão odiosos, com manifestações tão preconceituosas, com sentimentos tão parvorosos.

Absurdo e vergonhoso que a principal liderança do Solidariedade, pré-candidato a deputado federal e, coincidentemente, alguém que cedeu a cadeira de parlamentar a Michael Diniz, se mantenha num silêncio cúmplice e leniente. Kelps Lima age como verdadeiro fiador de criminoso.

Foto: Blog Carlos Santos

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