As buscas por Deibson Cabral Nascimento e Rogério da Silva Mendonça, que fugiram da Penitenciária Federal de Mossoró, são, até agora, um fracasso. E não é apenas porque a dupla de criminosas ainda não foi capturada. Algumas razões ajudam a explicar porque a caçada ainda segue infrutífera.
A primeira delas é a aparente falta de comando geral. Não se sabe quem é que coordena as ações. Se existe esse coordenador, não se divulgou. Se se divulgou não foi a contento. Há policiais de várias tipos de corporação de diferentes Estados. Sem uma coordenação clara de quem define as ações e estratégias, difícil ter-se êxito na empreitada.
Fontes que participam da operação revelaram ao Boca da Noite que uma ação fundamental ainda não foi executada: cerco com um pente fino. Não se teve ainda nenhuma ordem para se fazer dessa forma.
A falta de comando geral respinga na ausência de um gabinete de crise. Não há informações claras de que esse gabinete de crise exista. Para tratar das idas e vindas que uma operação desse naipe demanda. Para que se diga de forma clara à população a quanto andam as coisas. As pessoas não precisam saber onde estão as buscas, se se está perto ou não de pegar os bandidos. Mas precisa saber de forma mínima que risco correm com a presença deles no seu entorno. Ou em áreas aproximadas.
O que se tem, é uma crise. E isso, sim atrapalha. As forças de segurança estaduais (polícias civil e militar) se afastaram das ações da operação. Sentiram-se escanteados. Imaginavam que não eram bem vistos. Porque se sentiram assim? Porque mandaram as forças estaduais se afastar da “calada” (buscas feitas à noite) já faz umas semanas. Pensaram estar sendo subestimados. Não teve uma ordem “escrita” determinando o afastamento. Foi de forma verbal e na percepção das atitudes que se levou ao afastamento natural e a postura de alguns chefes. Parece, pelas fontes do Boca da Noite, que estão voltando.
Há alguns erros, talvez por falta de uma voz geral, que tem prejudicado um fim exitoso da operação. Para se ter uma ideia, até um drone foi perdido esses dias. Pode ocorrer em operações? Pode. Mas pelo que se sabe até agora, a impressão que se tem é de descuido. Sobre a perda do drone, a fonte questiona como é que agentes experientes perdem um equipamento importante porque o deixaram o bicho ultrapassar a autonomia de voo.
Deibson e Rogério podem até ser recapturados hoje, e se isso acontecer, não se apaga os equívocos que se percebe até momento. Se eles não forem corrigidos, talvez demoremos ainda mais para termos um desfecho positivo. É bom lembrar que já nos aproximamos de um mês de buscas. É muito tempo, muita tecnologia, muitos homens, muito investimento, para pouco resultado. Pelo menos até agora. A fonte do Boca da Noite resume numa palavra muito do que tem visto até agora: lambança.

 

2 thoughts on “Veja alguns fatos que ajudam a explicar o fracasso das buscas pelos fugitivos da Penitenciária Federal de Mossoró

  1. Agentes de segurança até de mais da conta, e progresso na captura dos “artistas” nadica de nada!

  2. O problema e que a comunidade ver eles com uns coitadinhos e tendem a ajudar os passarinhos que saiu da gaiola!Mais eles não tem asas e então uma hora serão pegos pelo cansaço!

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