Venda de prédio em Severiano Melo gera onda de revolta e levanta suspeitas sobre gestão de associação

Severiano Melo, desencadeou uma onda de indignação

por Ugmar Nogueira
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CNPJ inapto e ausência de assembleias colocam venda sob suspeita

Um dos pontos centrais da controvérsia é a situação do CNPJ da associação, que consta como inapto desde 2016. Essa irregularidade levanta questionamentos sobre a legitimidade da venda do imóvel, uma vez que a associação estaria impedida de realizar transações comerciais. Além disso, a população local afirma desconhecer a realização de assembleias para discutir a venda do terreno, o que contraria o estatuto da associação e o princípio da gestão democrática.

Comunidade se une em abaixo-assinado e busca apoio da Diocese

A insatisfação da comunidade se reflete em um abaixo-assinado que já ultrapassou a marca de 400 assinaturas, exigindo a anulação da venda e a devolução do imóvel à igreja e à comunidade. Os moradores argumentam que o terreno foi doado por um antigo residente e a construção da sede foi realizada com o esforço do Padre Theodoro Snijders, com o objetivo de fortalecer os laços comunitários.

Em uma carta aberta à população, os fundadores do UNIPAC expressaram sua indignação e tristeza com a venda do imóvel, que consideram um patrimônio da comunidade. Eles também buscaram o apoio da Diocese de Mossoró, entregando um dossiê com a história do grupo, o abaixo-assinado e depoimentos de moradores.

Silêncio das autoridades e uso do imóvel pelo comprador aumentam a tensão

Até o momento, os vereadores da comunidade não se manifestaram sobre o caso, o que aumenta a sensação de abandono e impunidade entre os moradores. Segundo relatos, o comprador já está utilizando o prédio, o que dificulta ainda mais a possibilidade de reversão da venda. Informações não confirmadas indicam que o pagamento pela venda do terreno já teria sido realizado a antigos membros da associação, o que levanta suspeitas sobre a destinação dos recursos.

Comunidade exige respostas e luta por justiça

A comunidade de Boa Vista clama por respostas e exige que as autoridades se posicionem e investiguem a fundo a venda do terreno. A luta por transparência, justiça e respeito à memória do Padre Theodoro Snijders continua, e os moradores esperam que a verdade prevaleça.

CARTA ABERTA A POPULAÇÃO DE BOA VISTA MUNICÍPIO DE SEVERIANO MELO – RN
Prezados conterrâneos,
Nós do UNIPAC (Unidos Numa Inteligência Para Uma Ação Cristã) Escrevemos essa carta para
expressar a nossa indignação e tristeza com a comercialização indevida do imóvel onde funcionava a
sede do grupo de jovens em nossa comunidade, um bem de valor material e imaterial, e desse modo
um bem comunitario.
A venda do imóvel, que teve o terreno doado por um antigo morador e foi construído pelo esforço
do Padre Theodoro Snijders, com o objetivo de fortalecer os vínculos comunitários se traduz como
objeto de vergonha e desrespeito. Primeiro porque não existiu nenhuma consulta pública a
comunidade e tampouco aos fundadores do grupo, portanto ocorreu sem conhecimento e
consentimento do mesmo. Depois, porque essa atitude fere a memória daquele que tanto lutou pelo
fortalecimento comunitário, o Padre Theodoro, ferindo assim a memoria da igreja e comunidade. É
como se passassem uma borracha e apagassem a nossa história.
Entendemos que a associação só deveria ter sido desfeita mediante assembleia ouvindo a todos:
fundadores, moradores e especialmente a paróquia, uma vez que entendemos que o bem constitui
patrimônio material da Igreja Católica, através da Diocese. Devemos lembrar que o imóvel, localizado
ao lado da Igreja, sempre funcionou como uma extensão da mesma, sendo usada durante a Festa de
nossa padroeira, Santa Luzia, além do uso comunitário mensal nas assembleias ordinárias associação
de Boa Vista, o que atualmente ocorre nas dependências de um bar pois o imóvel foi vendido como
bem particular. O que é lamentável e inaceitável.
Diante dessa situação, levantamos a bandeira de luta pela verdade, união, reflexão, bom senso,
respeito a coletividade e pela justiça solicitando que a sede do UNIPAC seja reintegrada/devolvida à
igreja e comunidade e volte a ser utilizada com fins comunitários, como sempre foi desde a sua
fundação.
Esperamos sensibilizar a nossa comunidade, que sempre acreditou na força da união, na
solidariedade, de quem solicitamos o devido apoio a nossa luta. Fizemos o levantamento de toda a
história do grupo, levantamos assinaturas em um abaixo-assinado, coletamos depoimentos e todo
esse material constitui um dossiê entregue a Diocese, de quem também solicitamos apoio,
compreendendo assim que a nossa causa é justa e vale toda a nossa luta.
Atenciosamente,
Fundadores do UNIPAC

 

 

Fonte: rnatual.com.br

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