* Márcio Alexandre

 

 

Poucas coisas no mundo revigoram tanta uma pessoa quanto uma vitória. Na vida, no trabalho, no estudo, no esporte. Quando ela acontece, os gritos são mais fortes, os pulos são mais altos, o riso é incontido, o choro é incontrolável.
No esporte, há uma renovar de forças, um revitalizar de mentes, um rejuvenescer de corpos. O tal peso da idade deixa de pesar. A sisudez dá lugar à extroversão. O olhar preocupado cede à alegria despreocupada.
Homens dão cambalhotas e crianças se enternecem. Meninos vibram e adultos choram.
Os vitoriosos se tornam um só. Mergulhados no mesmo êxtase. Firmados na mesma felicidade. Felizmente, esquecidos da dureza do dia seguinte porque tocados pela magia do instante.
Uma vitória simbolizando o fim de uma espera. Uma espera concluída como troféu. Ser campeão é uma dádiva. Tão importante que é uma alegria pelos que os outros fizeram.
Vibramos com o chute que não demos. Nos alegramos com o golpe que não executamos. Ficamos felizes com o fim da corrida que não corremos. Nos maravilhamos com a performance que não fomos nós que realizamos.
Essa é uma das grandes magias do esporte: nos alegrar com a chegada do outro ao pódio. Porque isso é torcer. É querer que aquilo que nos alegra faça o outro mais feliz e mais importante.
A nós resta a alegria da vitória, verdadeiro elixir da juventude, a nos levar a fazer o que há tempos nos víamos incapazes de realizar. Uma cambalhota, várias cambalhotas. Bravo. Bravo.

 

* Professor e jornalista

 

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