* Márcio Alexandre
O prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) tentou em três ocasiões que a Câmara Municipal de Mossoró votasse o seu Pacote de Maldades, o sabujo Projeto de Lei 17/2023. As duas primeiras tentativas, como se sabe, restaram fracassadas.
O fracasso, em 9 de junho e em 14 do mesmo mês se deu porque a sessão em que a crueldade se efetivaria, foi suspensa.
Os servidores conseguiram que os trabalhos legislativos não prosseguissem porque ocuparam o plenário daquele Poder. Para isso, chegaram à Câmara, dias 9 e 14 de junho, às 7h da manhã.
As informações colhidas pelo Portal Boca da Noite são de que a Câmara Municipal abre sempre nesse horário. Os trabalhadores só conseguiram entrar na Câmara às 7h30.
Misteriosamente, na últimaterça-feira, 20/6, a Casa do Povo abriu mais cedo. E cedo encheu de quem a gestão queria. Pra fazer o que gostaria.
Com uma turba guiada pelos interesses do poder, puderam “deitar e rolar”, e impedir que os servidores agissem para que o pior fosse impedido.
O resto da história todo mundo sabe e diz. O que ninguém quis dizer, até agora, é de onde, ou de quem partiu,a ordem pra abrir as portas da Câmara “de madrugada”.
Os servidores públicos que chegaram à Câmara Municipal nos dias 9 e 14 de junho só encontraram o acesso disponível após as 7h. Pra ser preciso: só deixaram que entrassem às 7h30.
Questionada pelo Boca da Noite, a assessoria da Câmara informou que o Palácio Rodolfo Fernandes abre às 6h. Veja o que disse:
” A Câmara abre às 6h, de segunda a sexta-feira. São duas equipes. Uma que chega às 6h, para iniciar limpeza e outros serviços preparatórios ao início do expediente. E outra equipe chega às 7h, com os demais servidores e outros colaboradores que chegam a partir desse horário”.
Insistimos com a assessoria de que nos dias 9 e 14, ao chegar à sede do Legislativo, os servidores só foram liberados para entrar às 7h30. O argumento era de que o local só abre nesse horário.
A assessoria justificou que o fato pode ter ocorrido em face de a sexta-feira, dia 9/6, ter sido um dia após o feriado de 8 de junho. Ressaltamos porém que no dia 14, uma quarta-feira, era dia “normal” de uma semana “normal” e mesmo assim, a Câmara só abriu às 7h30. Ou disseram que só abriria às 7h30.
A assessoria da Câmara também nos enviou áudio de uma servidora confirmando que as portas do Legislativo abre sempre às 6h.
A insistência e as possíveis provas apresentadas pela assessoria do Legislativo para confirmar que a sede daquele Poder abre às 6h, impreterivelmente, podem servir pra confirmar que realmente a Câmara abre as 6h.
Feita essa constatação, a partir das provas e argumentos oficiais, outro mistério, no entanto, se erige. Ainda mais forte. E com força pra suscitar outros questionamentos: se a Câmara abre ordinariamente, indubitavelmente, inadiavelmente, todos os dias, às 6h, por que, nos dias 9 e 14 de junho, a sede do Legislativo abriu somente às 7h30?
E tendo aberto nesse horário, quem deu a ordem para tal?
No dia 20/6, questionado sobre isso, um vigia da Casa respondeu: “não me façam pergunta difícil”.
Alguns podem pensar que o questionamento não faz mais sentido. Agora é que faz. Porque ficou claro que naqueles dias de tensão, a abertura da Câmara obedeceu à vontade de alguém. Outro mistério a rondar a Casa do Povo. O povo precisa saber o que acontece em sua casa.
* Professor e jornalista
Toda a armadilha está as claras, precisamos responsabilizar e punir os irresponsáveis, responsáveis por todas as ações criminosas, incluindo horários, convocação, o acesso e outras coisas mais. Dificil não é, todos ja sabem!