* Márcio Alexandre

Não teve live no facebook. Não teve transmissão no Youtube. Não teve reels no Instagram. Fez-se de tudo para esconder o fracasso, o fiasco, a decepção. O piso ruiu. Com ele, abriu-se um buraco e nele o prefeito Allyson Bezerra (Solidariedade) parece ter se jogado. Nessa fenda, fingiu que sua “grande obra” prosperou.

Ao custo de mais de R$ 3 milhões, construído em tempo recorde para boas fotos e ótimas tomadas de vídeo, o piso só aguentou as transmissões politiqueiras. No primeiro teste, de verdade, provou-se que a qualidade era uma mentira. Constatou-se que era uma enrolação. Mais grave: a custo de milhões. Dinheiro jogado fora. Utilizado apenas para fazer propaganda. Marketing. Politicagem. O dinheiro do cidadão mal usado para enganá-lo.

Ontem pela manhã, envergonhados trabalhadores faziam remendos. Gambiarras. E como tais, com prazo de validade. Daqui a pouco, garantem os que entendem de engenharia e construção civil, estará de novo precisando de novos reparos.

O cibernético gestor não teve hombridade sequer para dar uma satisfação aos que o seguem. Mesmo os que cegamente o acompanham precisavam de uma luz. Para poder defendê-lo. Mesmo os que parecem ganhar para bajulá-lo necessitavam de uma palavra. Para endossá-la. O custo do vil metal.

Allyson, tão hábil em construir narrativas – algumas das quais nem mesmo ele acredita – não quis narrar seu erro. E errou ao deixar órfão os que o enaltecem. Ficou feio. Tão feio quanto o piso após poucas horas de uso.

O episódio mostrou que os discursos mal-ajambrados do prefeito só são utilizados quando ele se vê claramente no controle da situação. Visivelmente em melhor condição de que quem o questiona. Sabidamente quando se sente que vai levar vantagem. No caso dos R$ 3 milhões, não se sabe quem ganhou tanto para fazer algo tão ruim.

O discurso de mudança não se sustenta. É o mesmo tipo de governo de outros que o antecederam: personalista, falacioso, enganoso, verborrágico, perseguidor. De maquiagem. E conversas vãs. O caso do piso deixou a gestão sem chão. Nem para mentir ela encontrou terreno firme.

* Professor e jornalista

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