* Márcio Alexandre
Ela tem 25 anos. Está prestes a concluir um cobiçado curso superior. Casada com um bom rapaz. Ambos trabalham e vivem uma vida de harmonia, afetos recíprocos e paz. A felicidade dela é quase completa. Resolvida consigo mesma, tem, para um futuro bem próximo, um grande propósito.
A mãe mora em outra cidade, juntamente com o padrasto, a quem ela denota carinho, admiração e respeito. Uma aproximação que nenhuma distância diminui. O pai mora no mesmo município que ela. Uma proximidade que não aumenta nenhum afeto.
Mesmo a conhecendo e a registrando, o pai nunca se fez presente. Como acontece em muitas situações. Nunca a situou como filha em sua vida. Mesmo estando próximo. Agiu apenas protocolarmente, mas amor – filial, paterno ou de qualquer outra relação – não se constroi com protocolos.
O padastro é seu ídolo, sua referência, seu norte, rumo e prumo. Amor que não se mede. É seu verdadeiro parente, pai, amigo. Mesmo estando longe.
Família é quem está próximo. Mesmo que a distância seja grande, porque para o coração perto nem sempre é um advérbio de lugar.
* Professor e jornalista
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