O Centrão, bloco fisiologista, e majoritário, na Câmara dos Deputados, já dá como certa a vitória do ex-presidente Lula nas próximas eleições. Ou que pelo menos Bolsonaro não será reeleito. Os movimentos das principais lideranças desse grupo apontam nesse sentido. Dois deles são muito significativos.

O primeiro ato é liderado pelo presidente da Câmara Federal, deputado Arthur Lira (PP). Sempre que as pesquisas apontam para a eleição de Lula, Lira se movimenta na tentativa de instalar o semipresidencialismo no Brasil.

Na prática, o deputado busca tirar poderes do futuro presidente eleito. Para ele, não será Bolsonaro, seu fiador e fiel companheiro. Na gestão atual, o Centrão é quem comanda o governo, com o presidente da Câmara à frente.

Como analisa que Bolsonaro não será reeleito, Lira (foto) quer implantar esse regime para modificar a forma atual de administração federal, em que o presidente é chefe de governo e chefe de Estado. Com o semipresidencialismo, o presidente divide o com um primeiro ministro e um conselho de ministros.

Outro ato, também liderado pelo presidente da Câmara Federal, é o desejo de engessar o próximo governo. O Centrão, através de seu principal expoente no momento, quer manter as emendas de relator (através da qual os parlamentares são agraciados com generosas emendas sempre que o presidente se vê em apuros) e por meio das quais se originou um dos maiores escândalos de desvio de verbas do Governo Bolsonaro, o conhecido Orçamento Secreto.

Quem, de fato, governa, é o Centrão. Não sem razão, Bolsonaro chamou, em ato falho,  Ciro Nogueira, chefe da Casa Civil, e nome de proa do Centrão, de presidente.

O Centrão já se dá conta do insucesso eleitoral de Bolsonaro. Como o presidente segue agindo comprando apoio parlamentar com dinheiro público, o grupo não quer abandonar “a galinha dos ovos de ouro”. Pretende ir com o presidente até o último dia de mandato. Ou até a última emenda. Enquanto isso, trabalha para estar no poder também no próximo governo. O semipresidencialismo é a sua grande aposta. Com emendas de relator, claro.

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